
O governo chinês denunciou as novas medidas dos Estados Unidos que restringem o uso de chips de inteligência artificial (IA) da Huawei, classificando-as como uma “supressão flagrante” e prometendo proteger os direitos das empresas chinesas. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, durante coletiva de imprensa na sexta-feira (16), em resposta a um alerta do Departamento de Comércio dos EUA sobre riscos de violação de controles de exportação com o uso dos chips Ascend da Huawei.
Lin Jian acusou os EUA de “abusar de controles de exportação” e “distorcer o conceito de segurança nacional” para reprimir a indústria chinesa de chips e IA. “A China não aceitará isso e tomará medidas firmes para garantir seus direitos de desenvolvimento”, afirmou. O Ministério do Comércio da China também alertou para impactos negativos nas cadeias globais de suprimentos.
Ma Jihua, analista de telecomunicações, destacou que, apesar das sanções, o setor de IA da China avança rapidamente devido à base industrial sólida e investimentos em autossuficiência. Enquanto isso, vozes influentes nos EUA, como Bill Gates, cofundador da Microsoft, questionaram a eficácia das restrições. “As proibições forçaram a China a acelerar sua produção de chips, gerando o efeito oposto ao desejado”, disse Gates em entrevista à CNN.
A Nvidia, líder norte-americana em chips, também expressou preocupação. Seu CEO, Jensen Huang, afirmou que o mercado chinês de IA pode atingir US$ 50 bilhões em três anos e que excluí-lo seria uma “perda tremenda”. A empresa planeja, inclusive, um centro de pesquisa em Xangai.
Dados do Centro de Informações da Rede de Internet da China revelam que o país já abriga mais de 4.500 empresas de IA, com valor de mercado próximo a US$ 83 bilhões. Startups como a DeepSeek ganham destaque global, enquanto a Huawei segue desenvolvendo chips avançados, como o Ascend, apesar das barreiras.
Enquanto os EUA tentam frear a ascensão tecnológica chinesa com projetos de lei e controles, a resposta de Pequim tem sido clara: rejeição total às sanções e firme defesa de sua indústria, sinalizando uma escalada nas tensões tecnológicas entre ambos países.
Fonte: informações Global Times/Chu Daye