Liga Árabe denuncia genocídio em Gaza, defende Estado Palestino e exige cessar-fogo

34ª Cúpula da Liga Árabe condenou as mais de 53 mil mortes causadas por Israel desde outubro de 2023 nos territórios ocupados (AFP)

Realizada em Bagdá, 34ª Cúpula da Liga Árabe reiterou que é hora de Israel pôr fim à matança indiscriminada da população dos territórios ocupados e respeitar a resolução das Nações Unidas sobre a criação da Palestina

Ocorrida neste sábado, em Bagdá, a Cúpula Árabe denunciou o genocídio praticado pelos israelenses na Faixa de Gaza, defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina e exigiu “um cessar-fogo imediato em Gaza”. O encontro das lideranças árabes ocorre em meio à intensificação dos ataques sionistas à população massacrada. 

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde 7 de outubro de 2023, 53.272 pessoas foram assassinadas e outras 120.673 ficaram feridas. Após o rompimento do cessar-fogo por Israel, em 18 de março, mais 3.131 mortes foram registradas.

O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, condenou as ações israelenses como “campanha sistemática de destruição” e acusou o governo Netanyahu de usar “a fome e a privação como armas”. “Não haverá paz real sem um Estado da Palestina”, alertou.

O presidente palestino Mahmoud Abbas condenou a matança indiscriminada praticada pelos israelenses em Gaza, acusando os sionistas de estarem executando seu projeto colonial. Em prol de um comando unificado sob a direção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Abbas defendeu “um Estado, uma lei, uma arma legítima” para garantir a soberania contra o invasor.

Para o premiê libanês Nawaf Salam, é totalmente inconcebível o deslocamento forçado com a proposta dos EUA e Israel de produção de uma nova leva de refugiados palestinos, o que torna injustificável também a permanência de tropas da ocupação e extermínio israelenses do sul do Líbano.

“ESTADO DA PALESTINA INDEPENDENTE E SOBERANO”

Na avaliação do primeiro-ministro da Jordânia, Jaafar Hassan, a crise desencadeada por Israel em Gaza é uma “catástrofe prolongada”. “O futuro da região, sua segurança e estabilidade são baseados em uma solução justa e abrangente para a questão palestina, uma paz que restaure todos os direitos do povo palestino, e principalmente o estabelecimento de um Estado palestino independente e soberano em território nacional palestino, para viver em segurança e paz ao lado de Israel, com base na solução de dois Estados”, frisou.

O chanceler sírio Asaad al-Shibani condenou as sanções contra o país e alertou para as “ameaças reais” de Israel, enquanto os ministros da Tunísia e da Argélia defenderam a união árabe em torno da causa palestina, sublinhada de “dever histórico”.

Presente ao evento, o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, elevou o tom contra os planos de Israel de expandir as operações militares de Gaza para a Cisjordânia e alertou que é hora de acabar com o bloqueio que impede a passagem de ajuda humanitária aos territórios palestinos. “Estou alarmado com os relatos de que Israel pretende expandir o escopo de suas operações terrestres e além”, ressaltou.

Além de anunciar “ataques intensivos” como parte da sua “campanha de expansão”, Israel está impedindo há mais de dois meses a entrada em Gaza de alimentos, medicamentos e combustíveis, colocando em risco a vida de mais de 300 mil crianças, que podem sucumbir frente ao agravamento da inanição.

Para Guterres, a anexação do território palestino por Israel viola o direito internacional, assim como são completamente ilegais os assentamentos implantados em terras palestinas. A saída, explicitou, é uma solução política de criação de um Estado Palestino vivendo lado a lado e pacificamente com o Estado de Israel e que tenha a cidade de Jerusalém como capital de ambos.

Guterres excluiu qualquer participação da ONU de processos que violam o direito internacional e reiterou o apoio ao trabalho da Agência de Assistência a Refugiados Palestinos (Unrwa) que foi proibida pelo governo israelense de operar no país e impedida de fornecer serviços de ajuda e educação a milhões de palestinos, tanto na Cisjordânia ocupada quanto em Gaza.

Em seu pronunciamento na cúpula, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez somou-se aos que “exigem o fim imediato da catástrofe humanitária em Gaza”. “A Faixa está sangrando diante de nossos olhos e isso não pode ser ignorado. O número de mortos é assustador. Precisamos alcançar o reconhecimento dos Estados palestino e israelense”, defendeu.

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