
Grupo de bancos que assessora “autoridade” monetária mantém Selic nas alturas por “período mais prolongado”
As instituições financeiras mantiveram a projeção para a taxa básica de juros (Selic) em 14,75% no encerramento de 2025, o mesmo nível em que a taxa se encontra hoje. Os dados são do relatório Focus do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira (26).
Pela continuidade dos juros altos no Brasil, os bancos preveem uma inflação de 5,50% para este ano, acima do teto da meta, que é de 4,5%, definida pela área econômica do governo federal. Eles também elevaram suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,02% para 2,14%. Caso confirmado, o resultado representará uma forte desaceleração em relação a 2024, quando a economia avançou 3,2% – mesmo desempenho registrado em 2023.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) que estima um PIB de 2,3% em 2025, “representaria o menor crescimento da economia nos últimos cinco anos”.
Na semana passado, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a taxa de juros elevada deve permanecer “por um período mais prolongado para produzir convergência da inflação” [a meta] – que exige mais sacrifício do povo, já que os juros altos acabam por inibir os investimentos pela iniciativa privada e pelo Estado, impossibilita as empresas em dificuldades financeiras de renegociarem as suas dívidas a juros mais baratos, além de elevar o desemprego no país.
Mas para Galípolo, “nos últimos anos, em que a economia brasileira vem mostrando dinamismo surpreendente, temos consciência de que devemos permanecer com essa taxa de juros nesse patamar mais contracionista, bastante contracionista, por um período mais prolongado”, afirmou.