Brasil e mais 20 se reúnem pelo Estado da Palestina e contra atrocidades de Israel

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante sua intervenção no encontro (Foto: Divulgação - Itamaraty)

Encontro aconteceu em Madri, Espanha, no domingo (25). “O reconhecimento do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU são passos indispensáveis”, defendeu o chanceler brasileiro

Diante das atrocidades cometidas pela ditadura israelense contra a população palestina, que já assassinou mais de 60 mil pessoas na Faixa de Gaza e Cisjordânia, um grupo de vinte países, incluindo o Brasil, França, Reino Unido, Alemanha, Egito e Arábia Saudita, se reuniu em Madri, na Espanha, no domingo (25) para agilizar as medidas para a criação do Estado da Palestina.

A iniciativa do encontro foi do grupo de Madrid ampliado, que reúne países comprometidos com a solução de dois Estados para a ocupação de Israel nas terras da Palestina. O Brasil reconhece o Estado palestino desde 2010 e defende solução de dois estados, com Estado da Palestina independente e viável, coexistindo lado a lado com Israel, nas fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental.

Na reunião, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu o reconhecimento internacional do Estado da Palestina. “O reconhecimento do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU são passos indispensáveis para a implementação da solução de dois Estados”, declarou Vieira. Além disso, criticou a inação da comunidade internacional diante do “massacre” de civis inocentes em Gaza, e advertiu que a história não admitirá desculpas para essa atitude.

“Na verdade, ninguém poderá alegar desconhecimento sobre as atrocidades em curso, transmitidas diariamente ao vivo pelos meios de comunicação”, continuou o ministro.

Mauro Vieira ainda advertiu que “nenhum interesse nacional, nenhuma consideração de política doméstica justificam o silêncio diante de crimes que erodem os alicerces do ordenamento jurídico internacional”.

O presidente Lula também tem sido muito contundente em suas críticas ao extermínio criminoso praticado pelo regime genocida de Israel contra a população palestina. O chefe do Executivo brasileiro vem denunciando os bombardeios contra civis e considerou uma ação “vergonhosa e covarde” o assassinato de nove crianças de uma mesma família, esta semana, vítimas de bombas lançadas por ordem de Netanyahu.

Segundo o chanceler brasileiro, é “muito importante” haver iniciativas ao nível internacional para discutir o tema, buscando “pôr fim a essa invasão e a esse desrespeito ao direito internacional e ao direito internacional humanitário” em Gaza. Já na semana passada, Mauro Vieira afirmou em audiência no Senado, que o governo vê uma “carnificina” acontecendo na Faixa de Gaza e entende que a comunidade internacional não pode ficar “de braços cruzados”.

“Acredito que é uma situação terrível o que está acontecendo. Há uma carnificina. É uma coisa terrível o que está acontecendo. Há um número elevadíssimo [de mortes de] crianças. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados”, afirmou Mauro Vieira.

Além dos vinte países, a reunião contou também com a Liga dos Estados Árabes e a Organização de Cooperação Islâmica. O encontro propiciou intercâmbio de opiniões e coordenação de posições em preparação à Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, que será realizada em Nova York, entre os dias 17 e 20 de junho.

Segue a lista das autoridades presentes no encontro:

Ministro das Relações Exteriores da Espanha, Jose Manuel Albares;

Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira;

Ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty;

Secretário-Geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit;

Subsecretário de Estado Parlamentar do Reino Unido no Ministério das Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento, Hamish Falconer;

Subsecretária de Estado para Relações Exteriores e Cooperação Internacional da Itália, Maria Tripodi;

Primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa;

Ministro das Relações Exteriores da Islândia, Yorgeryur Katrin Gunnarsdottir;

Vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Florian Hahn;

Ministra das Relações Exteriores da Eslovênia, Tanja Fajon;

Ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth;

Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Príncipe Faisal bin Farhan al-Saud;

Ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi;

Ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani;

Ministro de Estado e Relações Exteriores de Portugal, Paulo Rangel;

Vice-ministro das Relações Exteriores da Turquia, Nuh Yilmaz;

Secretário-Geral da Organização para a Cooperação Islâmica, Hussein Ibrahim Taha;

Vice-ministro de Estado para Contratação Pública da Irlanda Emer Higgins;

Ministro de Habitação Social de Malta Roderick Galdes, Diretor-Geral de Assuntos Políticos Internacionais de Marrocos Fouad Yazourh;

Secretário de Estado de Relações Exteriores do Bahrein Khaled Yousef Al-Jalahma e

Vice-Ministro da UE Luigi Di Maio.

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