
O morticínio sem precedentes históricos eleva para 225 o número de jornalistas assassinados durante esta agressão das tropas fascistas de Israel, desde outubro de 2023
Cinco jornalistas palestinos foram mortos ao fazerem reportagem sobre o bombardeio israelense ao Hospital Al al Ahli na Cidade de Gaza. O assassinato dos cinco jornalistas, na quinta-feira (5), aumenta para 225 o total de profissionais da imprensa mortos pelas tropas coloniais em Gaza desde outubro de 2023. Outros 16 palestinos foram mortos no mesmo ataque.
“Imagens online mostram corpos espalhados pelos pátios do Hospital Al-Ahli, também conhecido como Hospital Batista, enquanto os palestinos tentam ajudar uns aos outros”, relatou o Middle East Eye.
Repórteres disseram ao portal MEE que aviões de guerra israelenses atacaram os pátios do hospital enquanto os jornalistas cobriam os eventos no solo.
Os jornalistas mortos são o correspondente Suleiman Hajjaj e o fotógrafo Ismail Badah, da Palestine Today TV; o fotógrafo Samir al-Rifai, que trabalhava para a Agência de Notícias Shams; o jornalista Imad Daloul, também da Palestine Today TV, que chegou a ser levado para a UTI; e o fotógrafo Ahmed Qaljah, da Al-Arabiya TV. Há outros jornalistas feridos.
A Resistência Palestina divulgou um comunicado condenando um “novo crime de guerra” cometido por Israel. O que chamou de “política sistemática” para silenciar as vozes dos jornalistas palestinos, “impedi-los de cobrir os crimes da ocupação em Gaza e obliterar sua justa narrativa dos crimes horríveis do inimigo contra nosso povo palestino”.
“Este crime constitui um crime de guerra complexo, pois assassinou jornalistas protegidos pelas Convenções de Genebra e todas as convenções internacionais, e bombardeou um hospital civil protegido pelo direito internacional.
“Isso reflete a insistência do governo criminoso de Benjamin Netanyahu em expandir o escopo de seus crimes de genocídio contra o povo palestino e seu flagrante desrespeito pela comunidade internacional e seu sistema legal e humanitário.”
A guerra israelense em Gaza foi descrita por grupos de monitoramento como o “pior conflito de todos os tempos” para jornalistas, devido ao número recorde de trabalhadores da mídia mortos.
De acordo com um relatório do Instituto Watson para Assuntos Internacionais e Públicos publicado no mês passado, a guerra de Israel em Gaza desde outubro de 2023 “matou mais jornalistas do que a Guerra Civil dos EUA, a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã (incluindo os conflitos no Camboja e no Laos), as guerras na Iugoslávia nas décadas de 1990 e 2000, e a guerra pós-11 de setembro no Afeganistão, combinadas”.
Em Gaza, “em 2023, um jornalista ou trabalhador da mídia foi, em média, morto ou assassinado a cada quatro dias. Em 2024, foi uma vez a cada três dias”, disse o relatório.
Israel, que está sob investigação da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da ONU em Haia por genocídio, segundo os números do ministério da Saúde palestino já matou quase 55.000 palestinos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, na maioria, crianças e mulheres, e feriu mais de 125 mil.
Segundo a mais tradicional revista médica do mundo, The Lancet, quando computadas todas as causas, o número real de mortos triplica, usando a metodologia desenvolvida para apurar os mortos na Guerra do Iraque. Além do genocídio por bombas e canhonaços, o extermínio também vem sendo executado por meio da fome, com Israel durante três meses impedindo a entrada de uma grama de comida que fosse em Gaza, após romper o cessar-fogo, e agora só permitindo uma “colher de sal”, nas palavras do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.