
Faturamento e Utilização da Capacidade Instalada também caíram
O número de trabalhadores na indústria caiu 0,4% em abril, na comparação com março, segundo Indicadores Industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta sexta-feira (6).
O resultado negativo no mês, após 17 meses de resultados positivos, é bastante significativa numa comparação mensal e reflete a desaceleração da indústria, segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
“Respondendo à demanda por produtos industriais, a produção veio crescendo e com isso o emprego industrial veio crescendo por um longo período. Cresceu por 17 meses, parou de crescer no mês de março e caiu em abril. E isso responde à queda de demanda, de produção, que a gente vem observando nos últimos meses. Uma perda de crescimento na demanda, consequentemente na atividade industrial, que já vinha ser refletindo em faturamento e horas trabalhadas e agora no emprego”, avalia Azevedo.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial brasileira ficou estagnada em abril, variando apenas 0,1% na comparação com março. Em relação a abril de 2024, caiu -0,3%, A indústria de transformação caiu -0,5% em abril frente a março e -2,0% frente a abril de 2024.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, alerta para os efeitos desastrosos dos juros abusivos sobre o setor, inibindo os investimentos, o consumo e a geração de emprego. “A indústria já perdeu o forte ritmo de crescimento observado no ano passado. Sem redução de juros, a indústria vai demorar a ganhar força de novo”, observou ao analisar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre deste ano, quando o resultado da indústria de transformação ficou negativo em -1,0%.
FATURAMENTO E UCI EM QUEDA
O recuo no emprego somado à queda da utilização da capacidade instalada para 77,9%, após recuo de 0,6 ponto percentual em abril, são destaques negativos em um cenário de desaceleração da atividade industrial, acentua o informe da CNI.
“A queda da UCI foi significativa e é mais um fator que indica a desaceleração da indústria, que já conseguimos ver no faturamento e nas horas trabalhadas na produção”, ressalta Marcelo Azevedo.
O faturamento real da indústria encollheu 0,8% em abril, Foi a segunda queda consecutiva do indicador, quando registrou menos 2,1% em março.
A massa salarial real e o rendimento médio real do trabalhador da Indústria de transformação aumentaram em abril 4,4% e 5,0%, respectivamente, e apenas recompõem parcialmente as quedas de meses anteriores. De janeiro a abril, a massa salarial acumula queda de 1,3%. O rendimento médio dos trabalhadores da indústria continua 2,5% abaixo do patamar do fim do ano passado.
As horas trabalhadas na produção recuaram 0,3%, resultado praticamente iguais ao mês de março.