
“Nossos especialistas estão na fronteira, no local previsto para a entrega, prontos para cumprir os acordos de Istambul”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Peskov. Aliás, estão lá desde sábado (7).
1.212 corpos de soldados ucranianos mortos continuam em vagões e caminhões refrigerados na fronteira da Rússia com a Ucrânia aguardando que o lado ucraniano compareça, enquanto Moscou segue instando o regime de Kiev a cumprir o que foi acertado nas negociações diretas em Istambul na semana passada.
“Nossos especialistas estão na fronteira, no local previsto para a entrega, como já foi mencionado, e estamos prontos para cumprir os acordos alcançados em Istambul”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Aliás, estão lá desde sábado (7).
“Vamos esperar até o início da semana e ver como evolui a posição da parte ucraniana”, acrescentou, quando perguntado sobre como a recusa da Ucrânia em aceitar os corpos de seus soldados falecidos afetará futuras entregas.
Pelo acordo, a Rússia entregará mais de 6 mil corpos de soldados ucranianos, mantidos em caminhões e vagões refrigerados, para que suas famílias possam lhes dar um sepultamento digno.
Ex-deputados ucranianos denunciaram que, por trás da recusa, estaria o desejo do regime de Kiev de evitar o impacto da chegada dos corpos e o pagamento da compensação a que cada família tem direito, de 15 milhões de grívnias (cerca de 2 milhões de reais) por militar morto.
Outro integrante da delegação russa a Istambul, o general Aleksandr Zorin, após reiterar que o lado russo está totalmente pronto para entregar os corpos dos soldados ucranianos, disse que há “sinais” de que o processo está sendo protelado pelo lado ucraniano sob várias alegações.
“Não tenho comentários sobre a retórica de que se trata de algum tipo de decisão política; é uma ação puramente humanitária”, disse Zorin sobre a decisão russa de entregar os restos mortais à Ucrânia. Quanto às excusas de Kiev, ele disse não ser “a primeira desse tipo e, lamentavelmente, não será a última”.
Kiev se recusou a aceitar os corpos de seus soldados mortos no sábado, alegando não ter concordado com a data da transferência e acusando Moscou de manipular “questões humanitárias para fins informativos”, registrou a RT.
Recusa que levou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, a reagir dizendo que o regime de Kiev “não precisa de seu povo; nem morto, nem vivo”.
“Não há nação ou grupo étnico no mundo que se recuse a enterrar seus soldados. Mas existe o regime de Kiev, que professa uma ideologia misantrópica e está cometendo genocídio contra seu próprio povo”, insistiu Zakharova.
TROCA DE PRESOS AVANÇA
Em pelo menos uma questão, o que foi acertado em Istambul avançou. A troca de presos de guerra muito doentes ou feridos, e daqueles com menos de 25 anos de idade, teve início nesta segunda-feira (9), informou o Ministério da Defesa da Rússia.
Eles foram entregues na fronteira com a Bielorrússia e serão levados para a Rússia para tratamento e reabilitação, segundo declaração do ministério. Não foi esclarecido quantos são os presos libertados, apenas que igual número de ucranianos foi entregue ao regime de Kiev.
A Ucrânia divulgou comunicado de que “a troca começou e continuará em várias etapas nos próximos dias”. Kiev não divulgou o número total de prisioneiros de guerra que retornaram na segunda-feira, alegando razões de segurança.