Prefeitos que viajaram para Israel ignoraram alerta do Itamaraty; governo Lula providencia retorno

Prefeitos refugiados em um hotel em Tel Aviv (Foto: Reprodução)

A saída foi negociada pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira. Comitiva foi ao país em conflito sob a justificativa de participar de feira de tecnologia e segurança

O Ministério das Relações Exteriores afirmou, nesta segunda-feira (16), que os gestores brasileiros que foram a Israel ignoraram alerta do governo Lula para evitar viagens à região, devido aos conflitos armados.

Por meio de nota, o Itamaraty enfatizou que a embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular, que desaconselha qualquer viagem não essencial ao país.

“Em junho corrente, duas comitivas de autoridades brasileiras viajaram a Israel a convite do governo israelense, a despeito do alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv”, está escrito no comunicado.

FEIRA DE TECNOLOGIA E SEGURANÇA

Parte dos prefeitos brasileiros que ficaram retidos em Tel Aviv – após o início dos conflitos entre Israel e Irã -, conseguiu cruzar a fronteira com a Jordânia em segurança.

Comitiva de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais foi a Israel sob a justificativa de participar de feira de tecnologia e segurança.

EIS OS FATOS

Grupo de 12 gestores brasileiros deixou Israel de ônibus e chegou na Jordânia na manhã desta segunda-feira (16). Eles ficaram presos em solo israelense após o início do conflito com o Irã, as autoridades estão em segurança e seguem a caminho de Amã, capital do país.

A saída foi negociada pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira. Ele conversou, no fim de semana, com o ministro das Relações Exteriores saudita para viabilizar a operação.

Dos 18 integrantes da comitiva municipal, 12 optaram por retornar por conta própria em voo particular. De acordo com a comissão de Relações Exteriores do Senado, a operação foi organizada pelo prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e será realizada de forma independente.

Outras 6 pessoas permanecem em Israel. Elas se somam ao grupo do Consórcio Brasil Central, que reúne 22 autoridades estaduais, incluindo o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União).

Leia íntegra da nota à imprensa:

Situação dos brasileiros retidos em Israel

O governo brasileiro acompanha com atenção a situação de seus nacionais que se encontram em Israel, incluídos, além de binacionais e turistas, autoridades integrantes de duas comitivas que cumpriam missão oficial àquele país, a convite do governo israelense.

A Embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país e recomenda, desde então, que os brasileiros e brasileiras que se encontravam em Israel considerassem deixar o país. Naquele mês, um total de 1.413 brasileiros foram evacuado de Israel em aeronaves da Força Aérea Brasileira.

Em junho corrente, duas comitivas de autoridades brasileiras viajaram a Israel a convite do governo israelense, a despeito do alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv. Com o início dos ataques de Israel ao Irã e o consequente fechamento do espaço aéreo israelense, os dois grupos de autoridades convidadas aguardam informações e providências com relação a seu retorno ao Brasil.

Nesta segunda-feira, 16/6, foi realizada a retirada, por via terrestre em direção à Jordânia, de um primeiro grupo de doze autoridades federativas, incluídos dois prefeitos de capitais, que seguem rumo à Arábia Saudita, de onde contrataram voo particular para retorno ao Brasil. A operação foi viabilizada a partir de estreita coordenação mantida pessoalmente pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, junto a seu homólogo jordaniano ao longo do fim de semana. As Embaixadas do Brasil em Amã, em Tel Aviv e em Riade têm prestado apoio ao grupo.

Às demais 27 autoridades convidadas que permanecem em Israel, o governo israelense apresentou proposta similar de evacuação por terra até a Jordânia nos próximos dias, para que, conforme a disponibilidade, embarquem em voos comerciais jordanianos de retorno ao Brasil. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv permanece em coordenação com as autoridades israelenses para possibilitar novas operações de retorno dos brasileiros.

Ainda nesta segunda-feira, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv tomou conhecimento de tentativas de golpes de parte de criminosos que, por mensagens de aplicativo, estariam oferecendo lugares em voos para deixar Israel. Recorda-se que o espaço aéreo israelense segue fechado, sem previsão de reabertura.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv insta todos os brasileiros e brasileiras em Israel a seguirem estritamente as recomendações do ‘Home Front Command’ israelense e a permanecerem sempre nas proximidades de abrigo fortificado (‘bunker’ ou equivalente), para onde devem se dirigir imediatamente ao ouvir sirenes ou outros alertas. Recomenda-se a todos os brasileiros e brasileiras em Israel acompanharem com atenção a página da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, em especial a seção de ‘Alerta Consular’, que será atualizada em caso de novos desdobramentos.”

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