Juro a 15% é “indecente, proibitivo e desestimula investimentos”, afirma líder do PT

Lindbergh Farias é líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados (Foto: Bruno Spada - Câmara dos Deputados)

Por meio das redes sociais, deputado Lindbergh Farias acrescentou que o BC deveria considerar o impacto fiscal dessa política monetária, vez que a alta dos juros eleva o custo da dívida pública

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), classificou a taxa de 15% como “indecente, proibitiva e que desestimula investimentos produtivos”. O líder petista afirmou que “o crescimento da dívida não vem dos programas sociais, mas do pagamento de juros” exorbitantes.

Em rede social, Lindbergh acrescentou que o BC (Banco Central) deveria considerar o impacto fiscal dessa política monetária, vez que a alta dos juros eleva o custo da dívida pública.

SETE ALTAS CONSECUTIVAS

Na quarta-feira (18), aliados do presidente Lula e integrantes do governo condenaram a decisão do BC de elevar, pela sétima vez consecutiva, a taxa Selic, que agora está em 15% ao ano.

A decisão foi tomada de forma unânime pelo Copom (Comitê de Política Monetária), e marcou, mais uma vez neste ano, a alta dos juros, que sobe desde setembro de 2024.

CRÍTICAS DE INTEGRANTES DO GOVERNO

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, manifestou-se contrariamente à decisão do BC, destacando que “é difícil de entender a alta da taxa de juros” pelo BC.

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, declarou que a elevação é demonstração de “insanidade total”.

Parlamentares da base aliada no Congresso, também, criticaram a decisão do Copom.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) falou em “sabotagem” (Ver matéria nesta página), enquanto Taliria Petrone (PSol-RJ) acusou o Banco Central de “querer travar o crescimento do Brasil”.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que o Comitê de Política Monetária “reprime investimentos em infraestrutura, indústria e inovação”.

IMPACTOS ECONÔMICOS E PERSPECTIVA DO GOVERNO

Especialistas e membros do governo questionaram a necessidade do aumento, vez que a alta da taxa de juros eleva o custo financeiro do País, além de dificultar a recuperação econômica.

Segundo analistas, a elevação da taxa Selic encarece o crédito e desestimula investimentos, o que pode frear o crescimento e aumentar o desemprego.

2ª MAIOR TAXA DE JURO REAL NO MUNDO

Com essa decisão do Copom, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos maiores juros reais do mundo, após elevar a taxa Selic para 15%.

O levantamento foi realizado pelo MoneYou. A taxa básica de juros real do Brasil é de 9,53%, atrás apenas da Turquia, com 14,44%. O levantamento leva em consideração 40 países das Américas, África, Ásia, Europa e Oceania.

Os juros reais são a diferença entre a taxa nominal e a inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia.

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