
33 palestinos morreram nas últimas 24 horas na distribuição de alimentos administrada por uma firma norte-americana e sob a presença assassina das tropas de Netanyahu
Já são 580 os palestinos mortos na Faixa de Gaza na “armadilha mortal”, como estão sendo chamados os ataques a moradores que acorrem aos centros de distribuição de alimentos, que são quatro depois de 90 dias de cerco nos quais faltaram alimentos básicos e água a uma população de mais de 2 milhões.
33 palestinos morreram nas últimas 24 horas na distribuição de alimentos administrada por uma firma norte-americana e sob a presença assassina da tropas de Netanyahu.
Antes da agressão israelense, em outubro de 2023, eram quatrocentos centros de distribuição administrados pela UNRWA (Agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos). Agora, além de terem criado apenas quatro (sob uma pressão mundial) as tropas fascistas atiram com tanques e rifles sobre os que chegam às multidões para estes centros.
Além dos 580 palestinos assassinados desta forma bárbara, o número de palestinos feridos já chega a 4.216 e há ainda 39 desaparecidos, até este domingo (29).
As autoridades palestinas em Gaza responsabilizam Israel, bem como “os Estados envolvidos no genocídio da população da Faixa de Gaza, principalmente os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha” pelas mortes desses civis, afirma o comunicado.
ORDEM DE ATIRAR EM PALESTINOS NA FILA DE ALIMENTO PARTE DOS ALTOS MANDOS MILITARES
No início de junho, o jornal israelense Haaretz noticiou, citando soldados anônimos do exército de Netanyahu que estavam na Faixa de Gaza, que oficiais israelenses haviam recebido ordens para atirar deliberadamente contra palestinos desarmados perto de locais de distribuição de ajuda humanitária durante o mês anterior.
Atropelando e desconhecendo toda a legislação internacional, Israel se recusou a permitir a atuação da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA na sigla em inglês). No final de outubro de 2024, o parlamento israelense aprovou projetos de lei que visam proibir as atividades da UNRWA em Israel e nos territórios que controla, após acusar alguns funcionários da agência de envolvimento com o Hamas, sem nenhuma comprovação.
As Nações Unidas já afirmaram que Israel não apresentou nenhuma evidência para fundamentar suas alegações. A lei que proíbe as atividades da UNRWA entrou em vigor no dia 30 de janeiro.
OS MORADORES SÃO OBRIGADOS A ABANDONAR SUA REGIÃO
Em um dos incidentes mais graves desta segunda-feira (30), Israel lançou um novo ataque ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, no centro de Gaza, atingindo uma tenda contendo deslocados internos dentro do hospital, causando muitos feridos.
Segundo informes, este foi o décimo segundo ataque a esta mesma instalação desde 7 de outubro de 2023. A assessoria de imprensa de Gaza denunciou a política sistemática de destruição da infraestrutura de saúde.
Organizações de direitos humanos ouvidas pela UNRWA documentaram 256 ataques a centros de deslocados improvisados (em escolas e hospitais), onde mais de 700.000 civis buscam refúgio. Em junho, pelo menos 11 escolas-abrigo foram destruídas por bombardeios israelenses.
E não fica por aí. Moradores em bairros da Cidade de Gaza e Jabalia foram obrigados a se deslocarem para o sul, em direção à área costeira de al-Mawasi, enquanto as operações militares israelenses se intensificam e se expandem para o oeste, segundo Alex Boyd, da BBC.
Pelo menos 86 pessoas foram mortas em consequência dos ataques israelenses nas 24 horas anteriores ao meio-dia deste domingo (29/6), informou o Ministério da Saúde da Palestina.
Três crianças estavam entre as vítimas em um ataque à chamada “zona segura” de al-Mawasi, disseram seus pais.
A COMUNIDADE INTERNACIONAL DEVE INTERVIR URGENTEMENTE
O presidente do Conselho Nacional Palestino, Rouhi Fattouh, fez um apelo urgente à comunidade internacional, na segunda-feira (30), pedindo uma intervenção urgente para acabar com o derramamento de sangue em curso na Faixa de Gaza, descrevendo a situação como um ato planejado de genocídio com o objetivo de eliminar o maior número possível de palestinos.
Fattouh enfatizou que esses crimes recorrentes e impunes constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade e não podem ser justificados por quaisquer motivos militares ou de segurança.
Instou ainda à comunidade internacional que aja imediatamente para fornecer proteção ao povo palestino, particularmente em Gaza, que vem sofrendo há meses com bombardeios, fome e deslocamento forçado.
Além disso, o líder palestino propôs que a mídia livre assuma sua responsabilidade, revelando a verdade no local e desmascarando a propaganda israelense, que apresenta as vítimas como agressoras por meio da manipulação sistemática dos fatos.
Fontes médicas informaram nesta segunda-feira que número de mortos pelo genocídio e agressão pelas forças de ocupação israelenses contra a Faixa de Gaza chegou a 56.531 e 133.642 feridos desde 7 de outubro de 2023. E destacaram que as equipes de resgate e da Defesa Civil estão enfrentando enormes dificuldades para chegar às vítimas, com muitas ainda sob os escombros, nas ruas ou em áreas de difícil acesso.