
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedido de Jair Bolsonaro no processo do golpe de Estado e afirmou que não aceitará “tumulto processual” e “pedidos que pretendam procrastinar o processo”.
“O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado”, declarou o ministro relator.
Na decisão em que rejeitou o pedido de Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes afirmou que “não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo”.
A defesa de Jair Bolsonaro apresentou um pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste acerca, antes das alegações finais, dos dados da Meta e do Google sobre uma suposta conta no Instagram vinculada ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator que está impedido de usar as redes sociais.
Na prática, o pedido busca atrasar o processo, uma vez que já foi definido o prazo de 15 dias, contando a partir de 27 de junho, para que a PGR apresente suas alegações finais no processo.
Em seguida, a defesa de Mauro Cid deve fazer o mesmo, já que ele fechou um acordo de colaboração premiada. Por fim, os réus – como Jair Bolsonaro e seus aliados próximos que participaram da tentativa de golpe – terão a chance de se defender antes do julgamento no STF.
Outros réus já pediram, também por conta do suposto uso do Instagram por parte de Cid, a anulação de toda a colaboração, o que foi negado por Moraes.
O ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, foi preso no dia 17 de junho por tentativa de obstruir a Justiça. Câmara e seu advogado, Luiz Eduardo Kuntz, assim como o ex-ministro e ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e o atual advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, deverão prestar depoimento por conta do caso.
Mauro Cid entregou à Justiça provas de que eles buscaram de forma “intensiva” se comunicar com ele por meio de sua filha de 14 anos e de sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid.