
Diante da notícia de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, estaria pressionando o presidente dos Correios, Fabiano Silva, a demitir funcionários e vender parte do patrimônio da estatal, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) divulgou uma nota de repúdio, na terça-feira (1º).
A entidade classifica a pressão por parte do governo de “tentativa covarde de sacrificar milhares de pais e mães de família” em nome de acordos políticos, demonstrando “completa desconexão do governo com quem constrói, diariamente, a maior empresa de logística do Brasil”.
“Avisamos, de forma direta: a responsabilidade por um eventual colapso no serviço postal e logístico brasileiro, e pelo desgaste político que atingirá o presidente Lula em 2026, será exclusivamente do ministro Rui Costa, que prefere perseguir trabalhadores com demissões a defender empresas estratégicas para o país”, afirma a entidade.
De acordo com matéria publicada na coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, o ministro Rui Costa teria sugerido demissões de cerca de 10 mil funcionários e a venda de imóveis dos Correios em reunião com o presidente da estatal, em meados de junho, como forma de a empresa superar o prejuízo recorde que teve em 2024. Segundo o colunista, a reunião também contou com a participação da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck.
Conforme a Fentect e seus sindicatos filiados, a ameaça, é uma “clara ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e contra o caráter público da estatal”.
A entidade salienta que esse não foi o compromisso assumido pelo presidente Lula com os trabalhadores, que, pelo contrário, assumiu compromisso de fortalecer e valorizar a estatal e seus funcionários.
“Se a Casa Civil optar por seguir esse caminho de confronto aberto e desrespeito aos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, declaramos que a Fentect e seus sindicatos filiados estarão prontos para convocar uma greve geral nacional, com a força de cada ecetista e o apoio da sociedade, que conhece e reconhece a importância social dos Correios”, continua a nota.
E finaliza afirmando que “não aceitará chantagens, não se calará diante de ataques e seguirá firme na defesa dos empregos, dos direitos e do patrimônio do povo brasileiro”.