
Nas últimas 24 horas, 142 palestinos foram mortos em Gaza e 487 ficaram feridos na quarta-feira (2) pelas tropas coloniais israelenses, em um dos mais sangrentos dias da agressão do regime Netanyahu à Faixa de Gaza, denunciou a agência de notícias palestina Wafa.
Desses, 39 palestinos foram abatidos a tiros e 210 ficaram feridos ao tentarem obter comida junto ao que o mundo inteiro já chama de “armadilha mortal” israelense – os quatro locais cercados por soldados e tanques no sul, para onde são empurrados os civis famintos, que são mortos indiscriminadamente sem que tentem se qualquer arranjar pretexto.
A Wafa relatou que equipes de resgate e equipes de defesa civil lutavam para alcançar as vítimas, muitas ainda presas sob os escombros ou deitadas nas ruas devido ao bombardeio em andamento.
Com isso, o total de palestinos mortos desde outubro de 2023 já ultrapassou os 57 mil, segundo as autoridades médicas de Gaza, e os feridos passam de 134 mil.
Um dos mortos é o diretor do Hospital Indonésio, Marwan Sultan, cuja casa foi deliberadamente bombardeada, matando também sua esposa e cinco membros da família.
“Com profunda tristeza e tristeza, lamentamos o mártir do dever humanitário e médico, Dr. Marwan Sultan, diretor do Hospital Indonésio no norte de Gaza, que foi morto junto com vários membros de sua família quando as forças israelenses bombardearam sua casa na Cidade de Gaza”, denunciou o Ministério da Saúde palestino.
Em maio passado, o próprio Hospital Indonésio ficou fora de serviço após ser bombardeado pelas forças israelenses, que destruíram seus geradores e causaram graves danos a vários departamentos. As equipes médicas foram forçadas a evacuar pacientes sob fogo.
No centro de Gaza, uma fonte médica do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa relatou a morte de cinco palestinos em um ataque de drone israelense contra civis em Deir al-Balah. Dois eram médicos do Centro Médico Al-Baraka, mais duas meninas e uma mulher. Vários outros ficaram feridos, alguns em estado crítico.
Desde outubro de 2023, as forças israelenses já mataram pelo menos 1.580 profissionais de saúde.
Funcionários do al-Shifa, o maior centro médico do norte de Gaza, dizem que centenas de pacientes estão “enfrentando a morte” enquanto o hospital fica sem combustível em meio ao bloqueio de Israel.
O correspondente da Al-Jazeera disse que aviões de guerra israelenses lançaram ataques em várias áreas da Faixa, um dia após o massacre de Deir al-Balah, no qual dezenas de palestinos foram mortos e feridos. Ele acrescentou que seis, incluindo uma criança, foram mortos em dois ataques israelenses, um dos quais teve como alvo as tendas de pessoas deslocadas a oeste de Khan Yunis. Ele disse que os corpos de 15 palestinos chegaram ao Hospital Nasser na cidade desde o amanhecer.
Ao sul de Khan Yunis, tanques israelenses avançavam nas áreas do norte da cidade em meio a bombardeios pesados nas partes ocidentais. No centro da Faixa de Gaza, a artilharia israelense continua a bombardear blocos residenciais em Deir al-Balah em conjunto com ataques pesados. Além disso, as forças israelenses intensificaram o bombardeio das áreas do norte do campo de Nuseirat.
Uma série de explosões também foi ouvida nas proximidades de Wadi Gaza, Al-Da’wa, al-Mughraqa e al-Zahra. Bairros da Cidade de Gaza também foram bombardeados. Um palestino foi morto e outros ficaram feridos em bombardeios israelenses na área industrial a sudoeste da Cidade de Gaza, informou a mídia palestina. Vítimas também foram relatadas por causa de bombardeios direcionados aos arredores do bairro de Zeitoun, a sudeste da cidade.
A aceleração do morticínio explica-se também pela crise em Israel, com o governo Netanyahu-Smotrich-Gvir sob pressão de manifestantes que exigem o cessar-fogo e a “volta dos reféns” e o acusam de esticar a “guerra” – ou seja, o genocídio – para sobreviver politicamente e não ser preso por corrupção. A ponto de o próprio Donald Trump ter pressionado publicamente o poder judiciário israelense a desistir de investigar a corrupção de Netanyahu.