
“O balanço do mês de junho tem 21 setores da indústria pessimistas, sete otimistas e um neutro”, destaca Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados no início da última semana, apontam que o pessimismo prevaleceu na indústria em junho deste ano, frente ao ambiente de “juros mais altos e demanda fraca”.
Em junho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial, de responsabilidade da CNI, subiu em 15 segmentos e caiu em 14 dos 29 setores industriais. No entanto, “o balanço do mês de junho tem 21 setores da indústria pessimistas, sete otimistas e um neutro”, destaca Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Azevedo atribui o clima desfavorável à política monetária restritiva do Banco Central (BC). Entre setembro de 2024 e junho de 2025, a taxa Selic saltou de 10,5% para 15%, elevando o custo do crédito e freando investimentos.
“A avaliação negativa dos empresários sobre as condições correntes e as expectativas para a economia é o que mais contribui para o quadro de pessimismo”, explica o economista. “Isso se deve, principalmente, à elevação dos juros iniciada no fim do ano passado, que causa demanda mais baixa por produtos industriais e dificuldades para a realização de investimentos”, concluí.
QUEDA GENERALIZADA
A pesquisa, realizada entre 2 e 11 de junho com 1.766 empresas, também mostra o recuo na confiança em todos os portes:
· Grandes indústrias: queda mais acentuada, de 0,5 ponto, levando o indicador a 49,7 pontos — abaixo da linha de 50 pontos, que separa otimismo de pessimismo.
· Médias indústrias: recuo de 0,2 ponto, para 48,5 pontos (abaixo do nível de confiança).
· Pequenas indústrias: ICEI caiu 0,2 ponto, para 47,4 pontos (também em desconfiança).