As afirmações do pecuarista Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), sobre trabalho escravo, fazem lembrar certos barões do café parlamentando contra a aprovação da Lei Áurea, em 1888. O fazendeiro, cotado para o Ministério da Agricultura de Bolsonaro, defendeu a flexibilização das punições ao trabalho escravo. O chefão da UDR advogou a “tese” dizendo que “empresário que paga imposto e trabalha não pode ser considerado escravocrata”.
Nabhan, que já teve que dar esclarecimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra por porte ilegal de armas, contrabando e organização de milícias privadas na região do Pontal do Paranapanema, em São Paulo e apoia o desmatamento da Amazônia, defendeu, nesta quarta-feira, que “se algum produtor eventualmente comete uma arbitrariedade na questão trabalhista, ele não pode ser transformado em um escravagista”.
Não importa se ele tenha escravos na fazenda. Pagando impostos, se é que o faz, já que o Agronegócio é agraciado com gordas isenções, o fazendeiro autuado não pode ser punido pelos órgãos de fiscalização, advoga o pecuarista. Foram essas “ideias libertárias” para os escravistas que o credenciaram para ser cotado par ser o chefe da Agricultura do governo Bolsonaro. Ele disse que “uma simples irregularidade trabalhista não pode ser transformada em trabalho escravo”. As “irregularidades” a que ele se refere são denúncias concretas de trabalho escravo, feitas pelos órgãos oficiais de fiscalização.
“Como é que quem está gerando emprego, produzindo, trabalhando, pagando imposto pode ser considerado escravagista? O que tivemos aí nos governos anteriores são instituições que foram transformadas em órgãos de perseguição ideológica. Isso não pode existir”, afirmou o pecuarista. O combate ao trabalho escravo, para o fazendeiro, é uma brutal “perseguição ideológica”. “Essa analogia ao trabalho escravo tem que ser muito mais aprofundada. Não pode simplesmente por uma irregularidade, uma irregularidade”, insistiu.
Pelo jeito, quem vai ser perseguido em sua administração serão os fiscais do trabalho que denunciarem o trabalho escravo. Foi assim com o auditor da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), Marcelo Freitas Toledo Melo, dispensado da função após dar subsídios ao Ministério Público Federal sobre as falcatruas de Paulo Guedes, outro auxiliar de Bolsonaro, nos Fundos de Pensão.
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