“Demanda por produtos industriais vem diminuindo”, alerta economista da entidade sobre a queda pelo terceiro mês consecutivo
Na passagem de abril para maio deste ano, o faturamento industrial caiu 1,2%, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta segunda-feira (7). Esse é o terceiro mês consecutivo de queda no indicador.
Com a sequência negativa, o faturamento industrial encolheu 1% no trimestre encerrado em maio, em comparação ao trimestre encerrado em fevereiro. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, afirma que “a demanda por produtos industriais vem diminuindo, com impactos na atividade e, consequentemente, da receita das empresas”.
A indústria vem sendo afetada pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) do Banco Central (BC). Com sete decisões seguidas de aumentos no nível da taxa nominal, entre setembro de 2024 e junho de 2025, a Selic subiu de 10,5% para 15%, para travar os investimentos e o consumo de bens e serviços no país.
“Há uma clara perda de ritmo na indústria e isso se deve por conta de uma perda de demanda por produtos industriais que a gente vê desde o final do ano passado”, destaca o economista.
Conforme a sondagem, a geração de empregos pela indústria praticamente ficou paralisada em maio, ao variar apenas 0,1%, após queda observada em abril (recuou 0,4% na comparação com março). Na comparação do trimestre encerrado em maio com o trimestre imediatamente anterior, o mercado de trabalho da indústria acumulou alta de 0,4%.
“O emprego aumentou na passagem de abril para maio, mas em abril tinha caído, o que não acontecia por 18 meses”, ressalta Azevedo. “É uma perda também de dinamismo que a gente vê no mercado de trabalho. Houve um crescimento, mas esse crescimento está menor do que se verificava antes, especialmente no ano passado, quando se acumulou um crescimento de mais de 2% no emprego”, completou.
Já o número de horas trabalhadas na produção cresceu 0,8% em maio, interrompendo a sequência negativa de março (-2,1%) e abril (-0,3%). No entanto, o resultado de maio não foi suficiente para o fechamento positivo do trimestre, que registrou diminuição de -0,4%.
Segundo o levantamento,a massa salarial recuou -3,9% em maio, revertendo a maior parte do aumento de 4,9% registrado em abril, conforme destacado pela CNI em nota. Na comparação trimestral, o período encerrado em maio apresentou uma queda de -0,6% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro.
Já o rendimento médio dos trabalhadores da indústria também registrou queda: o indicador recuou 3,8% entre abril e maio, após ter subido 5,2% no mês anterior (março a abril). No acumulado do trimestre concluído em maio, o rendimento médio ficou 0,8% abaixo do observado no trimestre anterior.
A CNI também afirma que o índice de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria subiu 0,3 ponto entre abril e maio, de 78,2% para 78,5%. No trimestre encerrado em maio, o indicador ficou 0,1 ponto percentual abaixo do registrado no trimestre encerrado em fevereiro.
