
A China classificou como “abuso” a tarifa de 50% sobre exportações para os Estados Unidos imposta ao Brasil pelo presidente Donald Trump, em posicionamento nesta quinta-feira (10/7), por meio da chancelaria chinesa
“A posição da China é muito clara. A China sempre se opôs a iniciativas que sobrecarregassem o conceito de segurança nacional e sempre defendeu que guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores, e que o abuso de tarifas não interessa a ninguém”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
Na quarta-feira, o anúncio foi feito por Trump, sob a alegação mentirosa de déficit no comércio com o Brasil, e declarando abertamente se tratar de pressão contra o julgamento do ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe – o que ele chama de “caça às bruxas”- e contra a ação da Justiça brasileira para impedir a impunidade das Big Techs ao disseminarem fake news e propaganda fascista. Na realidade, nos últimos 15 anos os EUA tiveram superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil.
Durante a Cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, no fim de semana passado, Trump já ameaçara os países do bloco com uma tarifa adicional de 10%, acusando-os de terem “políticas antiamericanas”, ao mesmo tempo que interferia grosseiramente nas decisões da justiça brasileira, que investiga Bolsonaro por tentativa de golpe.
O que foi respondido com o presidente Lula dizendo que o Brasil não aceitava tutela, é um país soberano, o BRICS “não aceita imperadores” e se ele [Trump] pode fixar tarifas, “nós também podemos”. Na carta enviada ao presidente Lula, o chefe da Casa Branca voltou à chantagem em prol de Bolsonaro, e destampou que o julgamento do golpista seria uma das motivações para a descabida taxa de 50%.