
Buenos Aires foi palco, neste sábado (12), de uma grande marcha organizada pelo Comitê Argentino de Solidariedade com o Povo Palestino, como parte de uma vasta campanha nacional que alcançou muitas províncias e cidades do país, sob o lema: “Argentina rejeita o genocídio em Gaza”.
Do conhecido cruzamento das avenidas Callao e Corrientes, os manifestantes convocados por um conjunto de organizações sociais, políticas, sindicais, culturais, acadêmicas, religiosas e de direitos humanos, partiram com destino final à Praça de Maio, agitando bandeiras palestinas e segurando cartazes denunciando a contínua agressão israelense, expressando sua solidariedade ao povo palestino e sua rejeição aos crimes genocidas cometidos na Faixa de Gaza e no restante dos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém.
Eram milhares de pessoas, muitas vestidas de vermelho como símbolo do derramamento de sangue palestino e da condenação do genocídio cometido contra civis, condenando os crimes de Israel que, com a cumplicidade dos Estados Unidos e de países da União Europeia, já assassinou uma quantidade incontável de civis, principalmente mulheres e crianças e devastou a Faixa de Gaza.
ISRAEL E SEUS CÚMPLICES ASSASSINAM OS PALESTINOS
Além da capital argentina, em todas as cidades e províncias que participaram desta campanha nacional, como Bariloche (Río Negro), Bahía Blanca e Necochea (Província de Buenos Aires), Córdoba, Villa Carlos Paz, e Posadas (Missiones), entre outras, o Comitê distribuiu um Manifesto denunciando o contínuo e sistemático bombardeio israelense que atingiu campos, tendas de refugiados e deslocados, escolas, hospitais e até centros de distribuição de ajuda humanitária, destacando que mais de 700 palestinos foram mortos tentando obter alimentos.
“Desde Outubro de 2023, estima-se que mais de 58.000 pessoas tenham sido assassinadas na Palestina pelo Estado sionista de Israel, embora os números reais sejam desconhecidos porque milhares de corpos ainda permanecem sob os escombros e famílias inteiras foram exterminadas sem deixar vestígios nos registros civis. A isto devemos acrescentar as detenções forçadas, as torturas em prisões desumanas, a fome extrema e a falta de acesso a bens básicos devido à quase inexistência de ajuda humanitária por organizações internacionais. As declarações de cessar-fogo propostas pelos EUA são sistematicamente violadas por Israel e equivalem a uma verdadeira chantagem contra as verdadeiras vítimas: o povo palestino”, denuncia o Manifesto.
Durante toda a marcha, foram entoadas palavras de ordem contra os “terroristas sionistas”, em defesa de uma “Palestina livre” e em total condenação aos líderes nazistas que continuam a assassinar o povo de Gaza e da Cisjordânia ocupada.
O Comitê instou o governo argentino – que é aliado do governo genocida de Netanyahu – a anular todos os acordos econômicos e de segurança assinados com o Estado israelense, em linha com o compromisso histórico da Argentina com os direitos humanos e sua rejeição a qualquer forma de cumplicidade em políticas de opressão e limpeza étnica, que vem sendo diuturnamente desrespeitado pelo presidente Javier Milei.
“Israel não pretende apenas recolonizar Gaza através da limpeza étnica, mas também anexar a Cisjordânia, onde os ataques do exército, os ataques de gangues de colonos armados e as demolições de casas de famílias palestinas estão aumentando, deixando centenas de pessoas deslocadas. A isto se juntam a recente agressão de Israel contra o Irã, a invasão e bombardeio do Líbano e da Síria, e os ataques ao Iêmen”, conclui o Comitê.