
Israel bombardeou o quartel general do Estado Maior da Síria, na capital do país, Damasco, nesta quarta-feira (16). Alegando que está protegendo a minoria drusa, um grupo religioso árabe, Israel vem repetidas vezes atacando a Síria nos últimos dias.
As proximidades do palácio presidencial sírio também foram atingidas. A mídia síria comunicou que três pessoas foram mortas e 34 ficaram feridas nos ataques de Israel.
Confrontos entre apoiadores do atual governo ditatorial da Síria e milícias drusas na província de Suwayda, no sul do país, deixaram vários mortos no último domingo. Quando forças militares do regime sírio tentaram intervir, Israel bombardeou várias instalações do governo.
Os drusos são aliados de Israel na região e o governo israelense usa isso como pretexto para continuar a ocupar o sul do país. Alguns drusos até teriam chegado a servir no exército israelense, participando do genocídio em Gaza e dos ataques contra o Líbano.
Líderes drusos que vivem em Suwayda, na Síria, haviam comunicado que permitiriam a entrada das forças do governo Sírio numa tentativa de restaurar a ordem no meio da onda de violência.
Horas depois, um dos líderes drusos, Hikmat al-Hijri, comunicou em uma postagem por vídeo, dizendo que a rendição comunicada anteriormente foi imposta contra os drusos e que o governo sírio estaria atacando a cidade.
O secretário de estado americano, Marco Rubio, disse que os EUA “estão muito preocupados”. O que deve ser verdade porque o atual governo, que derrubou o presidente Assad, é composto por terroristas apoiados por Washington durante anos de guerra contra a Síria.
O maior aliado do novo governo sírio na região, a Turquia, condenou os ataques e disse que é uma tentativa de Israel de sabotar os esforços do governo sírio de conseguir paz.
“Os ataques de Israel representam uma ameaça à segurança de toda a região e do mundo”, postou Omer Celik, o porta-voz do partido governista turco, AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), na rede social X (ex-Twitter).
O ministro das relações exteriores iraniano, Abbas Araghchi, chamou o ataque de “previsível” e declarou o apoio pela soberania da Síria e sua integridade territorial.
“O raivoso regime israelense não conhece limites e só entende uma língua. O mundo, incluindo a região, deve se unir para acabar com sua agressão desequilibrada,” disse Araghchi em uma postagem na rede X.
Antonio Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, condenou os ataques de Israel.
“O secretário-geral condena ainda mais a escalada dos ataques aéreos de Israel em Suweida, Daraa e no centro de Damasco, bem como relatos da redistribuição de forças da IDF no Golã”, comunicou a porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric.