
“Na questão comercial, há um equívoco. Eles [os EUA] têm superávit na balança comercial do Brasil. A tarifa é totalmente inadequada e injusta, e vamos trabalhar para reverter essa situação”, assinalou o vice-presidente
Governo e Congresso Nacional unidos em defesa da soberania brasileira e em busca de soluções para reverter as tarifas de 50% sobre os produtos nacionais imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Esse compromisso foi firmado na manhã desta quarta-feira (16), após reunião do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
No encontro, realizado na residência oficial do Senado, o vice-presidente Geraldo Alckmin explicou as negociações que o governo federal vem buscando fazer com os Estados Unidos.
Alckmin também detalhou os encontros com representantes do setor produtivo e do agronegócio, e discutiu com Motta e Alcolumbre medidas possíveis que podem ser tomadas caso as novas tarifas entrem realmente em vigor, a partir de 1º de agosto, como anunciado por Trump.
UNIÃO DOS PODERES
Ao final da conversa, que contou também com a presença da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, os presidentes de ambas as casas do Congresso — Câmara dos Deputados e Senado Federal — reforçaram a necessidade de união dos poderes para encontrar formas de proteger o País e o setor produtivo das tarifas aplicadas pela administração Trump.
Hugo Motta afirmou que a Câmara dos Deputados está pronta para ficar “na retaguarda” do governo federal, para que o Brasil possa agir com rapidez e agilidade na tomada de decisões que revertam a taxação imposta pelos Estados Unidos.
“Não tenho dúvida de que nossa população entende que o Brasil não pode ser levado a situações em que decisões externas interfiram na nossa soberania”, disse Motta.
“O Brasil tem uma importância muito grande para o cenário mundial, e com união, compromisso e responsabilidade poderemos superar este momento”, acrescentou.
CONTRA “AGRESSÃO” DE TRUMP
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi ainda mais enfático ao defender a necessidade de união contra o que chamou de “agressão” dos Estados Unidos ao Brasil, a partir do aumento das taxas num nível de 50% sobre os produtos brasileiros para exportação.
“Registrar a nossa satisfação de estarmos aqui hoje recebendo essas informações, informações sensíveis, informações que trazem para a gente todo esse panorama internacional e vejo nesse momento de agressão ao Brasil e aos brasileiros”, afirmou.
E acrescentou: “Isso não é correto e temos que ter firmeza, resiliência e tratar com serenidade essa relação. Buscar estreitar os laços e fazer as coisas acontecerem defendendo os brasileiros.”
PRAGMATISMO E PACIÊNCIA
O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou o fato de o governo estar em busca de saídas para a situação criada repentinamente.
Alckmin afirmou que o governo brasileiro busca abrir canais de diálogo e intensificar as negociações com a Casa Branca, com pragmatismo e paciência.
“Na questão comercial, há um equívoco. Eles têm superávit na balança comercial do Brasil. A tarifa é totalmente inadequada e injusta, e vamos trabalhar para reverter essa situação”, garantiu o vice-presidente.