
A congressista democrata norte-americana, Rashida Tlaib (Michigan), esclareceu, nesta sexta-feira (18) seu voto contra o projeto, durante o debate na Câmara dos EUA, que visa fornecer US$ 832 bilhões em financiamento para programas militares e a denunciou commo parte da “obsessão pela guerra” que comanda as atitudes de Trump.
Rashida alertou que, apesar de exacerbar a verba entregue ao Pentágono, o militarismo reinante na política dos EUA não é de hoje. “Todos os anos, o Congresso vota para investir em morte e destruição em vez de saúde, habitação, ar e água limpos ou acabar com a pobreza infantil aqui em casa. Não votarei para enviar mais US $ 831,5 bilhões ao Pentágono”, declarou.
Outra congressista democrata, Pramila Jayapal (Washington), também votou contra a legislação e criticou a falta de transparência com o uso de verbas públicas no Pentágono e a crueldade do partido republicano de Trump, que anteriormente fez uma série de cortes em impostos para os mais ricos deixando vários serviços públicos sem financiamento e milhões de norte-americanos sem serviço público de seguro-saúde.
“No meio da noite, os republicanos da Câmara acabaram de aprovar um projeto de lei que despejará bilhões no Pentágono, a única agência que NUNCA passou por uma auditoria”, escreveu a deputada Jayapal. “Se quisermos realmente cortar gastos, este é um bom ponto de partida. Não expulsando 17 milhões de americanos de seus cuidados de saúde.”
“UMA DAS PIORES DITADURAS”
No mesmo sentido se posicionou a congressista do partido democrata, Ilhan Omar (Minnesota), que já havia feito críticas semelhantes. Durante uma entrevista no mês passado para o site de notícias ‘Democracy Now!’, Omar disse que o uso dos militares pelo governo de Trump, estaria transformando os EUA em “um dos piores países”, uma verdadeira ditadura.
Ela, que nasceu na Somália, protestou contra o governo americano enviou o exército para Los Angeles para reprimir protestos contra a política de deportações de Trump: “Você pode imaginar [essa repressão] em nosso país? Quer dizer, eu cresci em uma ditadura e nem me lembro de ter testemunhado algo assim”, disse Omar.
“Ter uma democracia, que se dizia um farol de esperança para o mundo, agora se transformada em um dos, dos piores países, onde os militares estão em nossas ruas sem qualquer consideração pelos direitos constitucionais das pessoas, enquanto nosso presidente está gastando milhões de dólares se sustentando como um ditador fracassado com um desfile militar, é realmente chocante”.
“Deve ser um alerta para todos os americanos dizerem: ‘Este não é o país em que nascemos. Não é o país em que acreditamos. Este não é o país que nossos Pais Fundadores imaginaram, e este não é o país que é apoiado por nossa Constituição, nossos ideais, nossos valores,’” concluiu.