
Uma equipe de filmagem da rede norte-americana CNN foi agredida por um bando de fanáticos israelenses na Cisjordânia enquanto cobriam o assalto e vandalização da aldeia de Sinjil na Cisjordânia
Os jornalistas tinham ido até a aldeia Sinjil para uma repostagem sobre o linchamento de um palestino norte-americano, Saif al-Din Kamil Abdul Karim Musalat, que foi espancado até a morte pelos assaltantes de terras na região palestina da Cisjordânia. O assassinato ocorreu na sexta-feira, 11.
O carro em que a equipe de jornalistas da CNN foi atacado pelos vândalos enquanto eles estavam a caminho da Cisjordânia no fim de semana, para entrevistar familiares, testemunhas e relatar como Saif foi assassinado.
Filho de palestinos, nascido na Flórida, Saif, de 20 anos, estava visitando familiares na Cisjordânia quando foi linchado pelos ditos colonos israelenses que, com ele ainda vivo, bloquearam a chegada da ambulância ao local. Saif morreu sem receber socorro.
Um dos jornalistas, o ex-correspondente na Casa Branca pela CNN, Jeremy Diamond, relatou o incidente.
“Enquanto estávamos cobrindo esta história, minha equipe e eu fomos atacados por colonos israelenses. A janela traseira do nosso veículo foi quebrada, mas conseguimos escapar ilesos”, postou Diamond em sua conta na rede social X.
“Esta é apenas uma parte da realidade que muitos palestinos enfrentam na Cisjordânia em meio à crescente violência dos colonos”, prossegue o jornalista da CNN.
As forças israelenses já assassinaram 231 jornalistas palestinos e internacionais na região dominada pela ocupação israelense, revelando uma política de amordaçar qualquer voz que conteste o regime de Netanyahu e revele mais detalhes sobre o genocídio que Israel está perpetrando contra a população palestina que vive lá.
Sem a autorização prévia do exército de Israel, o acesso ao território de Gaza por jornalistas internacionais é proibido e mesmo com autorização, os jornalistas correm constante risco de vida.
A ‘Associação de Imprensa Estrangeira’, com sede em Jerusalém e que representa mais de 400 jornalistas que estão cobrindo Israel e os Territórios Palestinos Ocupados, emitiu um comunicado condenando o ataque.
“Este é o segundo ataque de colonos a jornalistas estrangeiros em Sinjil este mês.”
ATAQUE A EQUIPE DA DEUTSCHE WELLE
“Em 4 de julho, uma equipe da Deutsche Welle (emissora alemã) foi perseguida por colonos durante as filmagens. Uma janela do carro de DW foi quebrada com pedras e sua carroceria amassada. Em cada um desses incidentes, os colonos atacaram em plena luz do dia. No entanto, até agora, não temos conhecimento de nenhuma prisão sendo feita,” eles disseram.
“Isso está ocorrendo em um momento em que nossos colegas palestinos enfrentam rotineiramente ameaças, intimidação e violência nas mãos de colonos e forças de segurança, enquanto a imprensa estrangeira é rotineiramente vilipendiada por algumas figuras públicas israelenses.”
A ‘Federação Internacional de Jornalistas’, sediada em Bruxelas, também emitiu um comunicado denunciando a violência contra jornalistas palestinos e internacionais.
O jornalista palestino, Issam al-Rimawi, foi espancado pelos colonos até perder a consciência no vilarejo de al-Mughayyir, a nordeste de Ramallah. Esses ataques ocorrem com o apoio do estado genocida de Israel, pois muitas vezes sob a proteção de soldados israelenses, os colonos executam ataques contra cidades e vilarejos palestinos na Cisjordânia aterrorizando a população palestina.
“Esses fenômenos levaram a um encolhimento preocupante e rápido do espaço e da liberdade de informar sobre a vida dos palestinos”, comunicou a Federação. “Pedimos às autoridades israelenses que mantenham o compromisso declarado do país com a liberdade de imprensa, garantindo a segurança dos jornalistas e processando, não protegendo, seus agressores.”
Em 28 de maio, soldados israelenses dispararam “tiros de aviso” contra um carro marcado como “imprensa” em que estavam a jornalista francesa, Amira Souilem, da rede de notícias ‘France 24’, o jornalista palestino, Mohammed Mansour e mais três outros jornalistas palestinos.
Em 2 de junho, outro grupo de jornalistas internacionais, estavam visitando Masafer Yatta, ao sul da Cisjordânia, quando foram abordados com ameaças por soldados israelenses mascarados. Masafer Yatta apareceu no documentário premiado pelo Oscar, “Sem Chão” (No Other Land).