
O golpista, seus filhos e seguidores se tornaram cúmplices do ataque criminoso de Trump à economia do Brasil. Bajuladores só pensaram em servir aos Estados Unidos
O que Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo, conhecido como “03” – que largou o país para conspirar diretamente dos Estados Unidos contra o Brasil –, fizeram, ao apoiar descaradamente Donald Trump e suas tarifas criminosas contra as empresas e os trabalhadores brasileiros, é uma das maiores traições que já ocorreram contra o país em toda a nossa história. Como diz Jamil Chade, “o país está sob ataque!” E o que faz o clã bolsonaro? Se alinha e faz coro com o agressor estrangeiro em sua chantagem ao Brasil.
DELAÇÃO COVARDE
O episódio que mais se aproxima desta vergonha que assistimos hoje, em termos de traição ao Brasil, foi a visita feita na calada da noite, pelo contratador de Minas Gerais, coronel Silvério dos Reis, à residência do representante da Corte Portuguesa em Vila Rica, atual Ouro Preto, para delatar os planos de Tiradentes e seus camaradas em sua jornada para libertar o Brasil do domínio colonial português. A sórdida traição de Silvério atrasou em 30 anos a libertação do país. O povo nunca perdoou a traição de Silvério. Assim como ele, Jair Bolsonaro está conhecendo hoje o que é a ira popular contra os vende-pátria.
O estrago que a traição bolsonarista pode acarretar ao Brasil é muito grande. As tarifas de 50% impostas por Trump aos produtos brasileiros, e apoiadas por eles, poderão causar a perda de milhares de empregos no Brasil. O país inteiro está se unindo para se defender dos ataques, mas a chantagem é criminosa. Tanto Trump quanto seus capangas, Eduardo e Jair, dizem abertamente que só suspendem as tarifas se o julgamento contra os golpistas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) for arquivado. Uma afronta direta à soberania nacional. Uma exigência completamente inaceitável, como acaba de dizer o presidente Lula.
Não há nada de comercial nas medidas anunciadas por Trump. Sua agressão ao Brasil é um ataque político – uma sanção política – para tentar intimidar o Brasil e afastá-lo do BRICS, o conjunto de países que se uniram para superar as amarras impostas pelo dólar e promover o desenvolvimento do Sul Global. Não há justificativa comercial para as tarifas contra o Brasil. Até porque o país é um dos poucos no mundo que possuem déficit comercial com os EUA. Nos últimos 15 anos foram US$ 400 bilhões de déficits do Brasil.
ATAQUE AO PIX BRASILEIRO
Por tudo isso, não procedem as alegações de que o Brasil pratica comércio desleal com os Estados Unidos. Isso é uma mentira. Assim também ocorre com o ataque ao PIX, uma tecnologia nacional que, por ser pública, não colocou o superlucro acima de tudo. O PIX público permitiu que o Banco Central patrocinasse uma de suas pouquíssimas políticas efetivamente públicas, que é o uso do instrumento para os pagamentos sem taxar a população.
O que Trump fez com o ataque ao PIX foi a defesa pura e simples – e cínica – dos lucros de empresas americanas como Visa, Mastercard e WhatsApp Pay, do “amigo” bilionário Jeff Bezos. Eles e os bolsonaristas querem cobrar taxa da população pelo uso do PIX. O PIX é público e gratuito. Tecnologia nacional avançada. Não há como retroceder nessa conquista para beneficiar empresas americanas. Como diz a resposta oficial do governo: “O PIX é nosso, my friend”.
O outro episódio ridículo é a pinimba sem cabimento do chefe da Casa Branca com a rua 25 de Março, maior comércio popular do Brasil, localizada no centro de São Paulo. Isso é ainda mais revelador da decrepitude de Trump e da própria economia americana. Como eles estão em decadência econômica e não produzem mais nada depois de destruírem sua indústria, alegam agora que a 25 de Março está dando prejuízo aos EUA e que a China está ocupando um espaço que era deles no Brasil.
Nada mais revelador do declínio americano. A China realmente se tornou o principal parceiro comercial do Brasil. E isso está sendo bom para a economia brasileira. Só passa mesmo pela cabeça de bagre dos bajuladores bolsonaristas de Trump trocar o comércio vantajoso com a atual fábrica do mundo – o Brasil é superavitário com a China em US$ 30 bilhões anuais (dados de 2024) – pela atual sucata industrial americana.
BAJULADORES DOS EUA
Os bolsonaristas defendem os Estados Unidos porque não se importam com o Brasil e nem com os brasileiros. Eles querem apenas bajular o governo dos EUA. São puxa-sacos de Trump e defensores intransigentes dos interesses americanos. Não é à toa que Jair Bolsonaro vivia fazendo continência para a bandeira americana e que seu filho, o “03”, largou o mandato de deputado federal no Brasil para morar com a família nos Estados Unidos e de lá conspirar abertamente contra o Brasil.
A “exigência” de que o julgamento dos golpistas seja arquivado é uma intromissão inaceitável dos EUA na Justiça e na soberania brasileira. O próprio STF respondeu de imediato à provocação da Casa Branca. Os juízes desconheceram a chantagem e deram prosseguimento ao julgamento dos golpistas. Esta semana, eles receberam as alegações finais da Procuradoria-geral da República e projetaram o fim do julgamento para o mês de setembro. De nada adiantou o cancelamento de vistos de entrada nos EUA de oito ministros da Corte e do procurador-geral da República.
Ameaça nenhuma e nem chantagens vão parar o julgamento. O Brasil é soberano. Como disse o presidente da República, “o Brasil não será tutelado por nenhum país de fora”. “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, afirmou o presidente Lula, rebatendo a afronta de Trump.
Em suma, ficou escancarado para o país inteiro o que representa verdadeiramente o bolsonarismo. São traidores e vendilhões da pátria. São defensores dos interesses dos Estados Unidos em detrimento das empresas, dos empregos e da economia do Brasil. Macaqueiam Trump em tudo, inclusive em seus ataques covardes contra o Brasil.
MUNDO SOLIDÁRIO AO BRASIL
A hora, portanto, é da mais ampla unidade de todos os verdadeiros patriotas em defesa do país e para repudiar firmemente os traidores e os capangas internos a serviço do capo da Casa Branca. O mundo inteiro está solidário com o Brasil. Todos percebem que o ataque dos EUA ao Brasil é um ataque ao BRICS e à “maioria” global.
A frente patriótica que se formou no Brasil contra esta ação imperialista desavergonhada é o instrumento decisivo para a defesa do país contra os ataques de Trump. Mas ela é também a força política capaz de ajudar o Brasil a se livrar do domínio mais amplo que o sistema financeiro americano e a Casa Branca exercem sobre a nossa economia.
Está cada vez mais na ordem do dia a superação dos instrumentos neoliberais, criados no Consenso de Washington e mantidos até hoje. São instrumentos como a redução do papel do Estado, a ditadura fiscal, a política monetária contracionista, as restrições ao avanço tecnológico e as privatizações de nossas estatais. Elas provocaram um grande retrocesso na economia nacional nos últimos quarenta anos. Está na hora de enterrá-las para que o Brasil possa avançar e se ver livre das ameaças americanas.
SÉRGIO CRUZ