
Boletim do BC reduz estimativa para inflação e mantém Selic nos absurdos 15%
O cartel dos bancos revisou para baixo a expectativa de inflação de 2025, de 5,10% para 5,09%, conforme o Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (28). Apesar da nona semana consecutiva de queda da projeção de inflação, os bancos mantiveram a estimativa da taxa básica de juros (Selic) em 15%, pressionando para que os juros no Brasil sigam em níveis proibitivos ao longo de todo este ano.
Entre terça e quarta-feira desta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) irá se reunir para definir os rumos da Selic, com o empresariado nacional cobrando a redução imediata dos juros.
“Com uma tarifa de 50% [de Donald Trump as exportações do Brasil ao EUA, a partir de 1º de agosto], nós todos sabemos que é impossível manter um uma competitividade, que já é difícil no Brasil pela política monetária que impõem juros absurdos”, criticou o presidente da CNI, Ricardo Alban, na última sexta-feira (25), em entrevista ao jornal da BandNews.
Na contramão do setor produtivo, o mercado financeiro atua com forte pressão para que o Copom, chefiado por Gabriel Galípolo, mantenha a sua promessa de permanecer com a Selic em níveis contracionistas “por um período bastante prolongado”.
Segundo sondagem realizada pelo jornal Valor Econômico, divulgada também no dia de hoje, as 123 instituições financeiras consultadas por ele esperam que o Copom mantenha o nível da taxa nominal de juros em 15% na reunião de quarta-feira. Descontada a inflação esperada da Selic, o juro real chega a 10%.
O juro real nada mais é do que o lucro dos bancos e rentistas obtém com as aplicações financeiras. Como consequência da última decisão do BC de elevar o patamar da Selic em 0,25 p.p., de 14,75% para 15%, o Brasil retomou a segunda posição do ranking de países com as maiores taxas de juros reais do mundo, com uma taxa de 9,53%, segundo relatório da MoneYou.