
Rabinos consideram que regime de Israel vive “grave crise moral”
Mais de 1.000 rabinos de diversos países assinaram uma carta aberta exigindo ao governo genocida de Netanyahu que pare de usar a fome como uma “arma de guerra”. O documento, publicado nesta sexta-feira (26), também pede que Israel permita a entrada de socorro humanitário na Faixa de Gaza, que sejam soltos os reféns e ponha fim à agressão aos palestinos na Faixa de Gaza.
O jornal israelense Times of Israel destaca ainda a denuncia dos rabinos, descrevendo que os judeus “enfrentam uma grave crise moral” e que “não se pode tolerar os assassinatos em massa de civis, incluindo um grande número de mulheres, crianças e idosos, nem o uso da fome como arma de guerra”.
“As severas restrições impostas à ajuda humanitária em Gaza e a política de retenção de alimentos, água e suprimentos médicos de uma população civil necessitada contradizem os valores essenciais do judaísmo como o entendemos”, assinalam os rabinos e acadêmicos judeus dos diversos países, especialmente EUA, Reino Unido, UE e Israel.
SITUAÇÃO DESESPERADORA
Organizações humanitárias e agências de notícias internacionais alertaram na semana passada que a situação na Faixa de Gaza é desesperadora. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU, um terço dos 2,1 milhões de habitantes da Faixa de Gaza “não come há dias”, enquanto 470.000 pessoas estão em estado crítico de fome e 90.000 mulheres e crianças precisam urgentemente de tratamento para sobreviverem.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu na sexta-feira a situação em Gaza como “uma crise moral que desafia a consciência global”. “As crianças dizem que querem ir para o céu porque, pelo menos, dizem elas, lá há comida”, registrou ele.
“DISTRAÇÃO DA INAÇÃO”
Em resposta à crescente pressão internacional, no domingo Israel acenou com várias medidas para aumentar o fluxo de suprimentos, incluindo lançamentos aéreos, promessas de abertura de novos corredores de ajuda e pausas de 10 horas nos combates em certas áreas.
Porém, Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), condenou na sexta-feira o que chamou de “uma fome massiva, artificial e deliberada” na Faixa de Gaza. “Mais crianças morreram hoje, seus corpos devastados pela fome”, escreveu ele no X, concluindo que “os lançamentos aéreos são a forma mais cara e ineficiente de entregar ajuda. São uma distração da inação”. Tal como ele, outros comissários da ONU consideram a medida de Israel como “uma gota no oceano” e uma “cortina de fumaça” diante da revolta e indignação mundial que inclui contingentes judaicos.