
Caiu a máscara da “patriotada”. O chefe dos golpistas e seu filho agiram como agentes de um agressor estrangeiro contra o Brasil
Donald Trump afirmou, nesta sexta-feira (01), que o governo brasileiro “fez coisa errada”. E que, por isso, ele decidiu “punir” o país com o tarifaço e as sanções. Certamente, para o troglodita, agir “errado” é defender a soberania nacional e os interesses do Brasil. Já, agir “certo” seria o governo brasileiro se submeter aos seus desmandos.
No entanto, as coisas não andaram no rumo que Trump achava que iam andar. O governo brasileiro foi firme e a sociedade repudiou suas ameaças. Ele pensou que chantageando o país garantiria impunidade a Bolsonaro e seus comparsas que estão sendo julgados por tentativa de golpe de Estado. As ameaças não funcionaram e o julgamento dos golpistas segue normalmente o seu roteiro original.
Para o chefe da Casa Branca, não importa que os réus que respondem à Justiça brasileira pretendiam anular as eleições, prender adversários políticos e matar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele o que importa é garantir a impunidade aos golpistas, que são seus serviçais dentro do Brasil.
Donald Trump também achou que podia definir com quem o Brasil pode ou deve se associar em suas relações internacionais. Declarou a guerra tarifária e achou que o Brasil iria se curvar se afastando de seus parceiros e se submetendo aos seus ditames. Não foi isso o que aconteceu. Lula rebateu de forma enfática à chantagem. “Trump está se achando um imperador do mundo, mas ele tem que saber que quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, disse o presidente.
O chefe da Casa Branca sabe que seu país está fraco. Não produz mais quase nada, só vive da especulação e está parado no tempo. Não por acaso o movimento que o elegeu chama-se, MAGA, que em português quer dizer “Fazer a América Grande Novamente”. Ou seja, é a constatação de que os EUA não são mais o que eram no passado. Por isso ele tenta se passar por fortão, por todo poderoso, etc. Mas essa arrogância toda é apenas o sinal de sua fraqueza.
O incômodo real mesmo dele é porque o Brasil está ativo no BRICS (conjunto de países do Sul Global) e este grupo está se ampliando e se fortalecendo cada vez mais. Caminha para ser uma alternativa ao atual sistema financeiro internacional. Um sistema draconiano, injusto e parasitário que asfixia o Sul Global. Quanto mais forte estiver o BRICS maiores serão as oportunidades para o desenvolvimento soberano do Brasil e de outros países.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, acertou em cheio quando disse que o BRICS não é problema para o Brasil e sim “uma grande solução” para o desenvolvimento do país.
Só os bolsonaristas se aliaram a Trump dentro do país e estão repetindo os ataques que ele faz ao Brasil e aos integrantes do BRICS. Como todo o fascismo da periferia, o bolsonarismo é formado por entreguistas, serviçais e bajuladores. Neste episódio, eles agiram abertamente na defesa dos interesses de Donald Trump e contra o Brasil e foram desmascarados perante a opinião pública.
Bolsonaro e seus filhos não só apoiaram o tarifaço, como trabalharam para que as sanções de Trump contra a economia brasileira fossem mais abrangentes. Eduardo Bolsonaro, por exemplo, se empenhou não só pelas tarifas como trabalhou para que a lei Magnitsky – instrumento de intervenção indevida dos EUA nos assuntos internos de outros países – fosse aplicada contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ficou claro que o clã Bolsonaro quer entregar o Brasil para o domínio de Donald Trump e os oligopólios americanos.
Em suma, estamos em plena batalha. O primeiro round foi vencido. Cerca de 700 produtos foram retirados do tarifaço, mas, como disse o vice-presidente Geraldo Alckmin, a luta está só no começo. O país está vivendo o acirramento da contradição com o imperialismo. De um lado estão os que defendem a pátria e, de outro, está o governo imperialista dos Estados Unidos chantageando a nação e tendo como aliados internos apenas e somente os fascistas invertebrados do bolsonarismo.
SÉRGIO CRUZ