
Presidente da Câmara afirmou que não concorda com “alguns movimentos” que Eduardo tem feito, entre os quais articular medidas nos EUA para prejudicar o Brasil
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “não há previsibilidade para o exercício do mandato à distância” e que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde março nos Estados Unidos, pode ser punido com base no regimento da Casa.
Motta falou que permitir o exercício do mandato de Eduardo, o filho “03” de Bolsonaro, seria uma “excepcionalidade que não se justifica”.
“Tivemos isso [excepcionalidade] no momento da pandemia, que era uma situação de saúde pública. Agora, nós temos um problema político-jurídico que envolve o deputado Eduardo Bolsonaro, que tomou a decisão de ir para os Estados Unidos e lá ficar”, falou em entrevista ao portal Metrópoles.
“É importante dizer que iremos tratar todo deputado com base no regimento. Não há previsibilidade para o exercício do mandato à distância no nosso regimento”, reforçou.
“O parlamentar, quando decidiu ir aos Estados Unidos, ele tinha um objetivo, sabia também daquilo que não seria possível manter, quando optou por ficar à distância do seu mandato, do Estado que representa”.
O presidente da Câmara falou que não concorda com “alguns movimentos” que Eduardo tem feito. Desde que foi para os EUA, o filho de Jair Bolsonaro está trabalhando para que o país aplique sanções contra o Brasil e suas autoridades, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro ameaçou o próprio Hugo Motta, dizendo que o presidente da Câmara pode ter seu visto para os EUA cancelado caso “nada seja feito” para tentar reverter a prisão domiciliar de Jair.
Por conta da prisão domiciliar decretada pelo STF, os aliados do ex-presidente sequestraram as mesas diretoras da Câmara e do Senado para impedir a continuidade dos trabalhos.
Motta falou que essa ação é “é antirregimental, não obedece àquilo que nosso parlamento precisa ter como ordem para o funcionamento”.
Por conta da violação, ele está “avaliando as imagens” da ocupação e pode suspender mandatos. “Já existem pedidos de lideranças para suspender esse ou aquele que se excedeu”, contou.
Hugo Motta afirmou que não houve negociação sobre as pautas defendidas pelos bolsonaristas para que desocupassem a mesa diretora, uma vez que ele só negocia pautas em situação de normalidade. Os bolsonaristas querem aprovar medidas que buscam a impunidade de Jair Bolsonaro e impedir seu julgamento por tentativa de golpe de Estado.