
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) denunciou que a Sabesp vai lançar um novo programa de demissões. Segundo o sindicato, o novo Programa de Desligamento Voluntário Dirigido (PDVD) é, na verdade, um “ataque” aos trabalhadores e à empresa, “disfarçado de adesão voluntária”.
O anúncio do programa, voltado para os trabalhadores das áreas de Jurídico, Almoxarifado, Tecnologia da Informação e Atendimento ao Cliente, foi feito às entidades pela direção da empresa na segunda-feira (4).
De acordo com o Sintaema, o programa, sem nenhuma garantia de reposição de pessoal, “é mais uma ação que obedece a lógica privatista e que joga fora a memória viva da Sabesp construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que, durante décadas, entregaram o saneamento ao povo de São Paulo”.
O sindicato ressalta que a medida, “não só favorece a terceirização — como também não apresenta nenhum plano de recomposição de quadros diretos ou de valorização da estrutura própria”.
“Em vez de realocá-los em outras áreas, a Sabesp empurra esses profissionais para fora, abrindo espaço para a terceirização e precarização de um setor tático para a empresa e o serviço, essencial para a população”, afirma o sindicato, referindo-se em especial aos trabalhadores do almoxarifado, essencial para o bom funcionamento dos serviços.
“Pior ainda é o clima imposto: o chamado ‘voluntário’ vem acompanhado da velha chantagem institucional — ‘ou vocês aderem agora, ou a empresa dá um jeito depois’, denuncia o Sintaema sobre a coação da empresa aos trabalhadores.
Conforme a entidade esse movimento faz parte do desmonte da empresa promovido pela direção e alerta: “o PDVD pode parecer uma saída individual, mas é, na prática, mais um passo no projeto de retirada de direitos, esvaziamento da Sabesp e reposicionamento do saneamento ao sabor dos ditames da Faria Lima”.
O sindicato pede aos trabalhadores para que não tomem nenhuma decisão isoladamente. “Procurem o sindicato. Vamos enfrentar mais essa ofensiva juntos, com coragem e unidade”.
“Um verdadeiro programa de desligamento deveria estar vinculado a um plano claro de reposição de quadros, garantindo a continuidade e a qualidade dos serviços. Além disso, não pode ser direcionado de forma seletiva e excludente, como está sendo feito, atingindo justamente áreas estratégicas e operacionais — e alimentando ainda mais a terceirização”, alerta o sindicato.