
“Não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer”, afirmou o ministro do STF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, rebateu nesta sexta-feira (8), a nota da Embaixada dos Estados Unidos que afirma que há no Brasil censura, perseguição política e violações de direitos humanos.
Trata-se de mais um capítulo da crise provocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho Eduardo — que querem submeter o Brasil aos interesses dos Estados Unidos — iniciada com os atos de lesa-pátria de ambos.
A embaixada escreveu ainda que aliados do ministro Alexandre de Moraes estão “avisados” para não apoiar a conduta do magistrado e que “monitora” essa situação.
Por meio de nota publicada no Instagram, Dino escreveu que “não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro ‘avisar’ ou ‘monitorar’ o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer.”
RESPOSTA À ALTURA
“Lembro que, à luz do DIREITO INTERNACIONAL, não se inclui nas atribuições da embaixada de nenhum país estrangeiro “avisar” ou “monitorar” o que um magistrado do Supremo Tribunal Federal, ou de qualquer outro Tribunal brasileiro, deve fazer”, escreveu.
E acrescentou: “Respeito à soberania nacional, moderação, bom senso e boa educação são requisitos fundamentais na Diplomacia. Espero que volte a imperar o diálogo e as relações amistosas entre Nações historicamente parceiras nos planos comercial, cultural e institucional. É o melhor para todos.”
AMEAÇA EXPLÍCITA
Na quinta-feira (7), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou ameaça explícita aos aliados do ministro do Alexandre de Moraes no “Judiciário e em outras esferas”.
O órgão de representação escreveu estar “monitorando a situação de perto” e deixou recado para quem “apoiar ou facilitar” as condutas do magistrado. “Estão avisados”, estão na publicação no X.
Alexandre de Moraes foi alvo de sanções do governo dos Estados Unidos via Lei Magnitsky.
O dispositivo americano impede Moraes de acessar o país, de movimentar bens e de ter acesso a serviços de empresas estadunidenses. Até o momento, a norma só tinha sido usada para punir violadores de direitos humanos, ditadores e criminosos.