
Conselheiro de Trump e velho provocador, Jason Miller, já conspirou junto com o bolsonarismo em 2021. Agora ele ataca novamente. Governo brasileiro diz que país “não se curvará a pressões, venham de onde vierem”
Trump está escalando as provocações ao Brasil. Depois de perseguir e demitir juízes e promotores dentro dos EUA, de ameaçar invadir outros países, de espancar e prender estudantes que protestavam contra o morticínio de Netanyahu em Gaza – apoiado por ele -, de punir universidades, professores, prefeitos e até governadores, de chantagear a imprensa e abafar escândalos de pedofilia, como o de Epstein e outros, e de iniciar uma caçada monstruosa contra os imigrantes, ele resolveu atacar também a Justiça brasileira.
O ditador norte-americano e seu bando estão exigindo impunidade para os bolsonaristas – os criminosos que são os seus bajuladores dentro do Brasil. Ele quer impunidade para os fascistas que tentaram dar um golpe de Estado no país e planejavam assassinar o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O plano dos golpistas, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previa o envenenamento de Lula.
Tanto Donald Trump quanto os seus gângsteres mais chegados estão participando da chicana contra o Brasil. Eles acham que com isso vão conseguir a impunidade de seus comparsas dentro do país.
Agora foi a vez do conselheiro do presidente, Jason Miller, o mesmo que já teve ligações íntimas com o clã dos bolsonaros. Miller resolveu afirmar, descaradamente, neste fim de semana, que não vai parar ou desistir até que Jair Bolsonaro, o chefe dos golpistas, esteja livre da Justiça.
Bolsonaro está em prisão domiciliar por desrespeito às determinações do STF e aguarda o final do julgamento, que está previsto para o mês de setembro. O vice do departamento de Estado americano, Christopher Landau, também já havia ameaçado Alexandre de Moraes.
A provocação de Jason Miller contra o STF foi publicada na rede social X (ex-Twitter) no fim de semana e foi em resposta a um internauta que declarou que “é mais importante o impeachment de [Alexandre de] Moraes do que libertar Bolsonaro”. O conselheiro de Trump não só concordou como replicou e compartilhou a postagem.
Como foi dito antes, Miller já teve ligações com a tentativa de golpe no Brasil. Em 2021, ele foi detido no Aeroporto de Brasília e foi interrogado no âmbito do inquérito das Fake News, em trâmite no STF. Após o depoimento, o provocador americano foi liberado e voltou para os EUA.
Na noite de sábado (9), o governo brasileiro já havia rebatido a postagem da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, nas redes sociais, na qual o vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, fez ataques a Alexandre de Moraes.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) disse que essa manifestação caracteriza um “novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que, recentemente, derrotou uma tentativa de golpe de Estado”. A pasta reiterou que o Brasil “não se curvará a pressões, venham de onde vierem”.
O governo Lula manifestou, também, “absoluto rechaço às reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do Brasil”, e que sempre se posicionará contra ataques falsos, como as da postagem do subsecretário de Estado dos EUA.
“O Governo brasileiro manifestou ontem à embaixada dos Estados Unidos seu absoluto rechaço às reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do Brasil, e voltará a fazê-lo sempre que for atacado com falsidades como as da postagem de hoje, disseminadas pelo subsecretário de Estado, Christopher Landau”, disse a nota do Itamaraty.