
O embaixador da China, Fu Cong, declarou, ao Conselho de Segurança da ONU, que “Gaza pertence ao povo palestino e é parte inseparável do seu território”
“Qualquer tentativa de alterar a população ou a estrutura territorial de Gaza deve ser resolutamente rejeitada”, disse Fu, dirigindo-se ao governo genocida de Israel, que age para manter a agressão ao invés de “concluir a guerra”, como diz.
Ao falar ao Conselho de Segurança da ONU, no domingo (10), Fu acrescentou que a China expressa grande preocupação com a aprovação pelo gabinete de segurança de Israel de um plano para tomar a Cidade de Gaza e insta Israel a interromper imediatamente tais ações perigosas.
Ele apresentou, na reunião de emergência, quatro “questões necessárias” sobre a situação Palestina-Israel, após Netanyahu anunciar seu plano do genocida de ocupar Gaza, que, enfatizou, deve ser firmemente combatida. Em primeiro lugar, a falácia de acreditar na primazia da força deve ser abandonada; além disso, a catástrofe humanitária em Gaza deve ser aliviada; e a perspectiva da Solução de Dois Estados deve ser reavivada.
O diplomata frisou que o conflito em Gaza se arrasta há 22 meses, causando a morte de mais de 61.000 pessoas e um desastre humanitário sem precedentes. A comunidade internacional tem repetidamente apelado a um cessar-fogo, mas a situação continua a evoluir para uma direção ainda mais perigosa. “Diante da atual situação urgente, a comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, deve tomar todas as medidas necessárias antes que ocorra uma catástrofe ainda maior”, enfatizou.
Destacando que o governo israelense deve atender aos apelos da comunidade internacional e de seu próprio povo para cessar imediatamente as ações que aumentam as tensões e interromper as operações militares em Gaza, Fu assinalou que “países com influência significativa sobre as partes envolvidas devem adotar uma abordagem justa e responsável e tomar medidas concretas para promover um cessar-fogo”.
Ele instou Israel a abrir todos os pontos de passagem e a suspender as restrições à entrada de mercadorias para garantir o acesso em larga escala, rápido e seguro de suprimentos humanitários a Gaza, e a apoiar a ONU no fornecimento de ajuda de forma consistente com os princípios humanitários.
Fu enfatizou, mais uma vez, que a Solução de Dois Estados é a única maneira viável de resolver a questão palestina e alcançar a coexistência pacífica entre Palestina e Israel. “A comunidade internacional deve intensificar os esforços para avançar no processo político e trabalhar em conjunto para se opor a quaisquer ações unilaterais que minem seus fundamentos”, insistiu.
Na reunião, o plano de expansão militar de Israel foi criticado por vários países. Segundo a BBC, enviados do Reino Unido e da França alertaram que o plano corria o risco de “violar o direito internacional humanitário” e, juntamente com Dinamarca, Grécia e Eslovênia, pediram a reversão do plano, acrescentando que ele “não faria nada para garantir o retorno dos reféns e arriscaria colocar suas vidas ainda mais em risco”.