
“Se colocarmos o Brasil como nação em primeiro lugar, tenho certeza de que podemos avançar muito mais”, afirmou Ricardo Alban
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, considerou como positivo o pacote de medidas anunciado pelo governo Lula para ajudar os exportadores brasileiros, prejudicados pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Para o empresário, as medidas darão um respiro à indústria nacional.
“Recebemos positivamente, não só pelas medidas que estarem contemplando muitas das nossas demandas que foram feitas pelas indústrias, pelas federações e pelas associações setoriais, mas principalmente porque ela englobou dois conceitos básicos, que seria continuar negociando como prioridade, e o segundo, que se novas medidas forem necessárias, elas serão tomadas”, declarou Alban, presente no ato de solenidade do Plano Brasil Soberano, anunciado na quarta-feira (13), pelo presidente Lula e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Ricardo Alban considerou que “o Plano Brasil Soberano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”.
“Nós temos que exacerbar o máximo possível novos acordos bilaterais. De preferência com o Mercosul, mas não necessariamente com o Mercosul, para que nós possamos ter essa abertura de mercado. E vamos continuar trabalhando no custo-Brasil, na realidade dos nossos juros, que não permite termos competitividade, criticou Alban.
Entre as medidas apresentadas pelo governo, a CNI destacou a criação de linha de crédito especial que pode chegar a R$ 30 bilhões, com taxas de juros mais acessíveis; o adiamento por dois meses do pagamento de tributos federais; a reativação do Reintegra, via elevação de sua alíquota (de até 3,1% para grandes e médias empresas; e até 6% para micros e pequenas); e a prorrogação dos prazos do regime de drawback – regime aduaneiro especial que incentiva as exportações sobre matérias-primas usadas na fabricação de produtos destinados ao exterior.
Segundo a CNI, as medidas trarão alívio financeiro em momento crítico para o fluxo de caixa das empresas afetadas. “Vamos trabalhar muito duro para que essas medidas sejam superadas o mais breve possível”, disse Ricardo Alban. “Seja com o novo direcionamento dos setores que têm maior facilidade de encontrar novos mercados, seja com atenção especial àqueles que mais nos preocupam, não apenas os pequenos, mas aqueles cuja transversalidade de produtos é muito limitada pelo Custo Brasil ou pela própria característica da relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, que sempre foi muito contributiva”.
“Temos que ter muito cuidado, atenção e agilidade na defesa comercial correta, séria e transparente. Se colocarmos o Brasil como nação em primeiro lugar, tenho certeza de que podemos avançar muito mais”, afirmou Alban, reiterando que a CNI seguirá trabalhando junto ao governo para negociar e mitigar os impactos do tarifaço.