
Carlos e Eduardo Bolsonaro afirmaram que, enquanto o pai está preso, eles “se calam”. Mesmo sem citar nomes, falas foram endereçadas a Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compartilhou no último domingo (17), nas redes digitais mensagem ofensiva aos governadores da direita, seus aliados. Sem citar nomes, Carlos escreveu que os chamados políticos se “comportam como ratos” e que se limitam a fazer oposição ao PT.
A publicação foi compartilhada pelo irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O vereador também citou os investigados e condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
“Enquanto Jair Bolsonaro está preso, doente e sendo lentamente assassinado a cada dia que passa”, dramatizou o filho “02”, “Clezão está morto, [Daniel] Silveira à beira do colapso, Filipe Martins torturado diariamente, milhares de presos políticos sangrando a alma na cadeia e os tais direitistas se calam”, escreveu Carlos no X.
“A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater”, acrescentou. “Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética.”
NO MUNDO DA LUA
“Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha. Não existe outra forma de qualificar tais atitudes. Fingem que vão resolver algo, falam em indulto para os perseguidos da falsa ‘trama golpista’, mas depois se escondem atrás da ‘prudência e sofisticação técnica’, lavam as mãos e seguem seus governos como se nada tivesse acontecido. Alegam ter feito sua parte, mas não passam de cúmplices covardes”, adiciona o filho de Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) por tentar atrapalhar a Justiça. Bolsonaro é réu na ação que apura tentativa de golpe de Estado no País após as eleições de 2022, quando saiu derrotado.
O início do julgamento do ex-chefe do Executivo e outros 7 réus foi marcado para o dia 2 de setembro.
A crítica do vereador e filho de Bolsonaro ocorreu 1 dia após o lançamento da pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao Palácio do Planalto.
Entre exageros e retóricas fora da realidade, os filhos do ex-chefe do Executivo tentam pautar a direita. Talvez já antevendo a inevitável condenação e prisão do pai, réu na ação penal que tramita no Supremo sobre a tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
Inelegível até 2030, Bolsonaro tenta sobreviver politicamente, mas os fatos e as ações, em particular de Eduardo, conspiram contra o ex-presidente.
INELEGIBILIDADE
Entre os dias 22 e 30 de junho de 2023, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgou ação judicial para determinar a cassação da chapa Bolsonaro–Braga Netto, acusada de abuso do poder político e de uso indevido dos meios de comunicação, após reunião com embaixadores estrangeiros, em 18 de julho de 2022, transmitida ilegalmente pela TV Brasil, na qual o então presidente Jair Bolsonaro atacou o sistema eleitoral.
A ação foi apresentada pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista), em 19 de agosto de 2022. Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 por 5 votos a 2, em 30 de junho.
Em 31 de outubro de 2023, o ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto também se tornou inelegível, por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência.