O engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, da Odebrecht, em depoimento à juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, relatou, na segunda-feira, que o dinheiro para as reformas no Sítio de Atibaia vieram do departamento de propinas da empresa (“setor de operações estruturadas”).
“[o dinheiro vinha] em envelopes fechados para que o Frederico entregasse ao senhor Aurélio.”
Era Emyr quem recebia o dinheiro do departamento de propinas da Odebrecht e o passava a seu subordinado Frederico Barbosa. Este passava o dinheiro para Aurélio Pimentel, assessor especial da Presidência da República durante o governo Lula, que pagava diretamente as despesas de material.
A Odebrecht contratou, para essas obras, outra empresa, a Construtora Rodrigues do Prado – sem contrato escrito, com todos os pagamentos em dinheiro. Quem pagava essa construtora também era Aurélio Pimentel, o assessor de Lula, com o dinheiro que vinha da Odebrecht.
Além disso, Emyr Costa também relatou à juíza – que substitui o juiz Sérgio Moro – um encontro com Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula, onde ficou acertado que a Odebrecht não poderia aparecer como fonte do dinheiro para as obras do sítio.
“Fui lá instruído“, disse o engenheiro, “para poder encontrar uma forma de regularizar a obra para que não parecesse que a Odebrecht tinha feito a obra e que constasse que o senhor Bittar tivesse feito.”
Esse encontro aconteceu três meses após o fim das obras. Fernando Bittar aparecia como um dos proprietários do sítio, para esconder o nome de Lula. Essa forma de ocultar o verdadeiro proprietário foi executada por Roberto Teixeira, através de um contrato falso (v. “O triplex não é meu” ou as provas que Lula garante que não existem).
As obras pagas pela Odebrecht foram: a construção de um anexo à sede com quatro suítes; a construção de uma sauna, de um campo de futebol e de uma guarita; a realização do acabamento da sede; a construção de uma adega e de um quarto de empregada; a construção de uma casa para os seguranças de Lula.
Não foram construídas uma quadra de tênis, o pomar e a ampliação dos lagos – que também estavam no pedido do assessor de Lula.
O motivo porque essas últimas obras não foram feitas residiu na urgência – o sítio deveria ficar pronto para que Lula pudesse usá-lo assim que saísse da Presidência, em 1º de janeiro de 2011.
Lula será ouvido pela juíza, no processo do sítio de Atibaia, na quarta-feira, dia 14/11.
Abaixo, o depoimento do engenheiro Emyr Costa à juíza Gabriela Hardt:
Cadê as provas?
Se você não consegue enxergá-las, mesmo elas estando pouco abaixo do vosso nariz, o que podemos fazer, leitor? O problema não é nosso, pois não nos foi dado o poder de dar luz a quem não quer ver (apesar da consequência política desastrosa, dessa atitude peto-lulista, para o nosso povo: a eleição do Bolsonaro).