
Filmore Brown trabalhou durante mais de 20 anos, todos os dias, para comprar seu apartamento no Brooklyn. Ele comprou o apartamento em 1996 e somente em 2019 ele conseguiu terminar de pagar a hipoteca, acreditando ser enfim o proprietário de seu lar
“É meu único sonho”, disse Brown.
Mas graças a uma conta de água que por conta de juros e mora acabou ficando em USS $5000, uma conta que ele disse nem saber que devia, acabou custando sua propiedade. A cidade de Nova Iorque penhorou a dívida de Brown para um fundo investidor. No sistema americano isso supostamente serviria para cobranças mais rápidas de dívidas não pagas.
“Estamos no centro de um profundo fracasso e de uma injustiça sistêmica quando a casa de uma pessoa, a própria base da segurança e estabilidade, pode ser arrancada sem aviso prévio por causa de uma conta de água. Uma dívida de US $ 5.000 nunca deve superar uma vida inteira de investimentos, memórias familiares ou o direito humano básico ao abrigo. Como líderes servidores, não estamos no negócio de priorizar a receita sobre os residentes. Para nós, não se trata apenas de um projeto de lei; é sobre a erosão da confiança, o abuso de poder e o roubo silencioso de casas,” disse a deputada estadual, Monique Chandler-Waterman.
Quando a dívida de Brown foi transferida para o fundo de investidor, desapareceu do sistema de faturamento e penhoras da cidade de Nova Iorque. Brown continuou pagando suas contas sem perceber que tinha essa dívida ao longo dos anos.
Ele só foi notificado depois que empreiteiros apareceram no meio da noite para trocar as fechaduras de seu apartamento. Com documentos judiciais, os empreiteiros mostraram a Brown que sua propriedade foi leiloada, em dezembro de 2024, sem ele saber.
Ele está agora recorrendo junto com um time de advogados e vereadores que representam o Brooklyn exigindo retratação e uma reforma desse sistema de notificações e do sistema de penhoras da cidade de Nova Iorque.
“Estamos testemunhando um desinvestimento deliberado e sistêmico de proprietários negros, possibilitados por práticas da cidade que priorizam o lucro dos investidores privados sobre os direitos de propriedade constitucional dos nova-iorquinos,” disse o vereador de Nova iorque, Chris Banks.
“Os direitos do Sr. Brown ao devido processo, ao gozo tranquilo de sua casa e à liberdade contra o assédio injustificado foram desconsiderados. Isso não é um acidente – é parte de um padrão mais amplo que devemos enfrentar,” disse.
Filmore Brown disse que nunca foi avisado dessa dívida. Os documentos judicais afirmaram que em 2020, durante a pandemia, alguém teria recebido a notificação, mas Brown jura que ninguém que morava em seu prédio recebeu.