
Tarciana Medeiros explicou que no Brasil segue as leis brasileiras e, no exterior, segue as leis dos países onde o banco atua
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou nesta quarta-feira (20) que a instituição segue a legislação brasileira, mas também obedece as leis dos mais de 20 países onde atua, ressaltando que o banco segue forte e robusto. A declaração de Tarciana veio após bancos privados afirmarem que, se houvesse impasse, iriam seguir a lei americana e sancionar o ministro Alexandre de Moraes.
A discussão sobre a incidência ou não da Lei Magnitsky – uma lei interna dos Estados Unidos – dentro do Brasil, entrou na ordem do dia após o governo americano sancionar unilateralmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O governo Trump suspendeu o visto do ministro e restringiu atividades dele com empresas americanas.
Os ministros da Suprema Corte brasileira vêm sofrendo chantagens inaceitáveis da Casa Branca para livrar criminosos – integrantes do grupo bolsonarista – que tentaram dar um golpe de Estado no Brasil e são réus por esses crimes na Suprema Corte. No plano golpista estavam incluídos os assassinatos do presidente Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.
O também ministro do STF, Flávio Dino, apresentou na terça-feira (19) um despacho sobre o tema, afirmando que “leis e decisões estrangeiras não se aplicam a brasileiros no Brasil”. Em seguida, nesta quarta, Alexandre de Moraes avisou que empresas financeiras que seguirem leis estrangeiras dentro do Brasil poderão ser punidas.
Ao participar de um seminário do Ministério da Fazenda, a presidente do BB afirmou, sem citar nomes, ser “muita falta de responsabilidade” quando um brasileiro coloca em xeque a solidez e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil.
A fala da dirigente do BB se referia à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA conspirando contra o Brasil e instigando o governo americano a ampliar as sanções contra o país. No dia anterior, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante já havia declarado que o banco não seria afetado pela lei americana.