
Carta com pedido de asilo foi achada pela PF no celular de Bolsonaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 48 horas para que o ex-presidente dê explicações sobre o plano de fuga encontrado em seu celular e sobre os reiterados descumprimentos das medidas cautelares, como o uso de redes sociais.
A decisão de Moraes, publicada na noite de quarta-feira (20), depois que a Polícia Federal revelou ter encontrado no celular de Jair Bolsonaro um documento, escrito na primeira pessoa, pedindo asilo político para o presidente da Argentina, Javier Milei.
Jair Bolsonaro tem esse prazo para prestar “esclarecimentos acerca: dos reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas; da reiteração das condutas ilícitas; e da existência de comprovado risco de fuga”.
A carta, endereçada ao “excelentíssimo senhor presidente da República Argentina, Javier Gerardo Milei”, solicita “a concessão de ASILO POLÍTICO à minha pessoa, JAIR MESSIAS BOLSONARO”. “Sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos”, argumenta Bolsonaro.
Leia a carta na íntegra:
O documento, de acordo com a PF, foi salvo no celular de Jair no dia 10 de fevereiro de 2024, dois dias depois da deflagração de uma operação que investigava o grupo que tentou dar um golpe de Estado.
“Durante a investigação e com a realização da restauração de dados salvos por meio de backup, a Polícia Federal verificou a intensa atividade de Jair Messias Bolsonaro na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em clara afronta à medida cautelar anteriormente imposta”, continua Moraes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro estava impedido de usar as redes sociais por conta de sua atuação para atrapalhar o processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.
A PF encontrou no celular de Bolsonaro mensagens trocadas com outras lideranças de extrema-direita, como o pastor Silas Malafaia e o advogado de Donald Trump, Martin de Luca, sobre formas de descumprir as regras que foram impostas pelo STF.
O STF autorizou a realização de operação de busca e apreensão contra Silas Malafaia, que também terá que cumprir medidas cautelares.