
“Defender Gaza é defender a Humanidade”, entoou a multidão que tomou as ruas e avenidas da Cidade do México no último domingo, exigindo o cessar-fogo e a imediata liberação das dezenas de milhares de caminhões de alimentos e medicamentos por Israel
Com uma gigantesca bandeira da Palestina e o slogan “Defender Gaza é defender a Humanidade”, as ruas e avenidas da Cidade do México foram tomadas por milhares de pessoas, no domingo (17), “contra o uso da fome como arma de guerra por Israel”. “Crianças não são uma ameaça”, afirmavam, condenando a “tortura da fome” enquanto acendiam sinalizadores verdes.
De forma vibrante, estudantes, artistas, sindicalistas e ativistas em defesa dos direitos humanos levantaram a voz contra os “crimes do regime israelense, que vem praticando um matança contra crianças, mulheres e idosos”.
Com cartazes identificando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu com Hitler, os manifestantes estamparam que “isto não é uma guerra, é um genocídio”, e fizeram ecoar o sentimento “contra a agressão nazi-israelense”.
O protesto exigiu o imediato cessar-fogo e a liberação das mais de duas dezenas de milhares de caminhões com alimentos e medicamentos “bloqueados de forma criminosa pelos sionistas na fronteira com o Egito”.
De forma enfática, a multidão apontou a necessidade da “ruptura total das relações diplomáticas, econômicas, militares e acadêmicas do México com Israel”, frisando que o sofrimento que a população civil está sendo submetida, com amputações sem anestesia e outras aberrações, “vão muito além da nossa imaginação”.
Organizada por coletivos como Assembleia Interuniversitária e Popular pela Palestina e o Movimento Global por Gaza, o evento contou com a presença de figuras como o escritor Paco Ignacio Taibo II, diretor do Fundo de Cultura Econômica do México. Para ele, “a tragédia de Gaza é uma vergonha para a humanidade e o México deve apoiar às vítimas, não os perpetuadores do genocídio”.
MAIS DE 60 MIL MORTOS E 155 MIL FERIDOS
A marcha também se pronunciou de forma enérgica contra o apoio incondicional entregue pelo governo dos Estados Unidos ao regime sionista, ressaltando o caráter bizarro do terrorismo de Estado. Além disso, denunciou que desde 7 de outubro de 2023, há mais de 60 mil civis abatidos por bombas e balas israelenses – incluídos 269 jornalistas – 12 mil desaparecidos debaixo dos escombros e mais de 155 mil feridos, a fim de que a população não seja informada sobre a dimensão da catástrofe.
Neste fim de semana, foi realizado o Encontro Nacional em Solidariedade com a Palestina e os Povos que Resistem ao Sionismo, com um dia de ações em defesa da Palestina. O evento incluiu um fórum na Câmara dos Deputados, do qual a embaixadora mexicana no México, Nadya Rasheed, enviando mensagem de vídeo; e a instalação de um antimonumento, A Porta da Vida, em frente ao Ministério das Relações Exteriores do México contra o genocídio em Gaza, durante um evento cultural na Câmara de Juárez.
Algumas das crianças manifestantes seguravam faixas com os dizeres “Chega de bombardeios contra crianças palestinas”. Alto-falantes transmitiam mensagens para “não cair em provocações” e pediam à polícia que deixasse a marcha fluir livremente.