João Goulart Filho (PPL), presidente do Instituto João Goulart e um dos concorrentes do último pleito à Presidência da República, alertou para os fatos recentes que ocorreram na política do país durante e após as eleições e que, segundo ele, “põem em risco a democracia brasileira”. “O Brasil está diante de grandes desafios. Estamos presenciando ameaças concretas à democracia, lançadas, não só pelo novo mandatário, mas também por membros de seu círculo mais íntimo”, denunciou.
“Estas ameaças vão desde ataques às instituições como o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, passando pelas restrições ao trabalho da imprensa e atingindo até mesmo a liberdade e a autonomia das universidades brasileiras”, acrescentou o ex-deputado, em entrevista ao HP. “Ao mesmo tempo que presenciamos essas e outras arbitrariedades, assistimos também a propostas, surgidas dos bastidores do governo em formação, que apontam para cortes drásticos nos direitos sociais e trabalhistas”, afirmou Goulart.
“Até por ter vivido na pele as consequências do arbítrio e da prepotência que tomaram conta do país após o golpe de 1964, eu me coloco frontalmente contra qualquer retrocesso democrático, qualquer limitação ao direito do nosso povo de sonhar com um futuro melhor e de combater as políticas equivocadas que sejam implementadas em nosso país”, disse o dirigente do PPL.
“Foram muitos anos de luta para conquistarmos a liberdade. Tenho certeza que todos os democratas, dos mais variados partidos políticos, vão se unir neste momento, sem hegemonias pré-estabelecidas, para garantir as liberdades democráticas tão duramente conquistadas”, destacou.
“A hora é de união. A hora é de impedir os retrocessos”, conclamou João Goulart. Ele disse que “essas ameaças à liberdade e à democracia têm por objetivo a imposição pela força de cortes de direitos e restrições sociais que o povo jamais aceitará”. “As propostas que estão vindo à tona, difundidas por integrantes da área econômica, comandada por um chicago-boy, certamente vão agravar a dramática situação vivida pelo nosso povo. As medidas visam intensificar o arrocho salarial e a desigualdade social, a entrega do nosso patrimônio e a drenagem de recursos do setor produtivo para a especulação financeira”, denunciou Goulart.
O filho do ex-presidente Jango disse que não vai se furtar à luta. “No que depender de mim, estarei na linha de frente na defesa da democracia, da justiça social e da soberania de nossa pátria”, disse ele. “Apoio integralmente todos os esforços para a formação de uma ampla frente democrática, no parlamento e fora dele, para comandar a luta do nosso povo em prol da liberdade e da democracia”, acrescentou. “A hora é de buscarmos as convergências daqueles que amam o Brasil, que defendem o seu povo e o patrimônio público e não querem a instalação da barbárie em nosso país”, concluiu João Goulart Filho.