A ativista social e comunitária, educadora, Alexandria Ocasio-Cortez se torna a congressista mais jovem dos Estados Unidos aos 29 anos de idade.
Candidata a deputada por Nova Iorque, nas eleições intermediárias de 6 de novembro, para a Câmara e o Senado, com uma plataforma que ataca itens essenciais que infernizam a vida de milhões em seu país, Ocasio-Cortez, de origem latino-americana, crescida no Bronx teve que enfrentar uma luta árdua ao lado de sua família para não ficarem sem teto na crise de 2008.
No período foi trabalhar como balconista em um bar, enquanto sua mãe, nascida em Porto Rico, fazia faxinas em casas e dirigia ônibus escolares.
Em sua campanha, ela trata aquele momento como definidor em suas decisões de abraçar as causas sociais e populares. Ela declara que sua campanha seria baseada em doações individuais para evitar qualquer ligação de seu mandato com o lobby e o “poder corruptor das gandes corporações”.
Foi assim que ela venceu a Convenção que abrangeu os bairros de trabalhadores do Bronx e Queens, fazendo a campanha, “Primeiro os nova-iorquinos”, obteve um resultado considerado o mais surpreendente entre os democratas para esta legislatura, ao vencer o democrata Joe Crowley, que já foi deputado por 10 mandatos.
Nas eleições de agora, venceu com mais de 70% e conquistar uma cadeira por Nova Iorque.
A vitória de Cortez, com uma campanha condensada na palavra de ordem “Chegou a hora de uma Revolução Política”, demonstrou a crescente conscientização das necessidades e possibilidades de mudanças entre os eleitores no interior dos Estados Unidos.
Chamando os eleitores a votarem contra “as pessoas insanas que fizeram o país refém da direita”, fez campanha pela restauração de lei que controla os bancos a Glass Steagall, que estabeleceu controles instituídos no governo de Franklin Roosevelt, foi desbancada durante o governo Clinton, para “combater a concentração de renda fruto da especulação em Wall Street”.
Solidária à luta do povo de Porto Rico, flagelado pelos ataques especulativos, ela pediu votos exigindo que os EUA “saiam do negócio da guerra”, condenando a intervenção no Iraque, Líbia, Iêmen e Somália, que “além de tirar vidas enterra bilhões de dólares” que podem criar empregos, estabelecer o Medicare (assistência médica gratuita para todos), universidades públicas gratuitas e moradia “um direito humano” a preços accessíveis.
Na questão do emprego, a nova deputada propõe uma medida similar à keynesiana, adotada por Franklin Roosevelt, quando enfrentou o crash de 1930. Ela defende o emprego para todos os cidadãos que desejarem trabalhar com o salário mínimo de 15 dólares por hora, como prioridade do governo federal norte-americano, ao invés do dinheiro endereçado a corporações, fábricas de armamentos e especulação, advogando a paz contra a atual política dos EUA da “guerra contínua”.
Com isso o serviço de limpeza de parques, cuidados dos bairros populares, creches e muitos outros seriam atendidos.
“Vamos criar uma América que trabalhe para todos nós – não apenas para a minoria dos mais ricos”, como definiu seu pleito, Alexandria exigindo o fim das prisões privadas e o desenvolvimento de políticas que defendam o meio ambiente e a garantia dos direitos civis plenos, incluindo o fim dos ataques aos imigrantes, como o abuso atual com “até as crianças sendo separadas de suas famílias e levadas a centros de detenção.”
Nos pronunciamentos que a levaram à vitória, reproduzidos em seu portal, a candidata declarava: “Sou uma educadora, organizadora, socialista democrática, nascida e criada como nova-iorquina e acredito que já passou da hora das famílias de trabalhadores terem uma representante verdadeira, livre da máquina lobista das grandes corporações. Uma deputada que viva nas comunidades do Bronx e Queens e lute pelas famílias destes distritos. Meu movimento rumo ao Congresso tem a ver com educação e saúde, tem a ver com empregos, justiça e direitos civis, tem a ver com a dignidade dos meus vizinhos. Tem a ver com tirar a corrupção do ‘Big Money’ fora da política ”.
“Na nação mais rica do mundo, as famílias dos trabalhadores não deviam lutar contra condições de vida degradantes. Chegou a hora de uma Nova Iorque que seja boa para os muitos”, afirmou Cortez ao celebrar sua vitória.
A vitória de Cortez foi vista como uma derrota dos democratas que, assim como os republicanos de direita, participam do lobby corporativo, entre estes a deputada Nancy Pellosi, que visivelmente incomodada afirma que a votação na deputada “não representa uma tendência”.