
Na Declaração de Tianjin, adotada no encontro da Organização de Cooperação de Xangai, líderes de 20 países defendem o fim ao massacre de palestinos e a não interferência nos assuntos internos dos povos e a solução pacífica e cooperativa das questões internacionais para garantir o desenvolvimento das nações
Durante o segundo dia da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada em Tianjin, China, de 31 de agosto a 1º de setembro, o Conselho de Chefes de Estado dos países-membros do bloco aprovou a Declaração de Tianjin, onde ressaltam que os princípios de não interferência nos assuntos internos e o não uso da força são a base para o desenvolvimento das relações internacionais.
No documento elaborado com a participação de mais de 20 líderes de países estrangeiros e representantes de organizações internacionais destaca-se que o confronto geopolítico, bem como os desafios e ameaças à segurança e à estabilidade, estão se intensificando em todo o mundo, inclusive na região da OCS.
“A economia global está passando por graves perturbações, particularmente nos mercados internacionais de bens e financeiros”, assinala o comunicado do maior bloco regional do mundo, que abrange 42% da população mundial e cerca de 24% de área territorial do planeta.
Além disso, os países membros entre os quais se destacam além da China, a Rússia e a índia, defenderam que é necessária uma reforma da ONU para adaptá-la às realidades atuais e instaram ao cumprimento rigoroso das disposições do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) por todos os signatários do acordo, aprovando o roteiro para a implementação da Estratégia de Cooperação Energética até 2030.
“Os Estados-Membros apoiam a expansão da cooperação inclusiva e mutuamente benéfica no setor energético, a melhoria progressiva da sustentabilidade da produção de energia e das cadeias de fornecimento, e estão dispostos a promover o desenvolvimento sustentável, estável e equilibrado de um mercado global de energia não discriminatório”, precisaram.
ATAQUES CONTRA O IRÂ E A FAIXA DE GAZA SÃO CONDENADOS POR UNANIMIDADE
A OCS condenou veementemente os ataques militares israelenses e norte-americanos contra o Irã, observando que eles colocam em risco a segurança regional e internacional.
“Tais ações agressivas contra alvos civis, incluindo infraestrutura nuclear e energética, que resultaram na morte de civis, constituem uma violação flagrante dos princípios e normas do direito internacional e da Carta da ONU”, enfatiza o documento.
Nesse contexto, os Estados-membros da OCS também condenaram as ações que resultaram em vítimas e em uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza. O texto da Declaração enfatiza que a única maneira de garantir a paz e a estabilidade no Oriente Médio é uma solução justa para a questão palestina.
O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu os presidentes Vladimir Putin, da Rússia e Narendra Modi, da Índia para a Cúpula de Tianjin 2025 e cerca de 20 chefes de Estado – entre eles Irã, Vietnã, Paquistão, Egito, Turquia, Armênia, Azerbaijão, Laos e Camboja – para a reunião da Organização.