
A cúpula da Federação formada pelos partidos União Brasil e Progressistas anunciou, na terça-feira (2), a saída do governo Lula e orientaram seus filiados a deixarem os cargos que ocupam no governo federal.
“Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no Governo Federal”, diz o comunicado. O documento não explica os motivos do desembarque.
Segundo a federação União Progressista, a decisão de deixar o governo federal “representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes”.
As legendas ainda dizem que “haverá afastamento” daqueles que, sendo dirigentes estaduais, não saírem do governo federal.
A nota, ao determinar a renúncia para os “detentores de mandato”, como aqueles que se afastaram do Congresso Nacional para virarem ministros, deixa brecha para que alguns membros dos partidos que não tenham mandatos continuem no governo Lula.
Os ministros do Turismo, Celso Sabino (União), e do Esporte, André Fufuca (PP), têm mandatos de deputado federal.
Já outros, indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, e Frederico Siqueira, das Comunicações, não têm mandatos e ainda não se pronunciaram.
Nas redes, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), comemorou: “vamos trabalhar juntos para mudar o Brasil em 2026!”.
Ciro Nogueira, presidente do PP, disse em suas redes sociais que “nenhum de nossos filiados poderá ocupar cargos nesse governo com o qual não temos identificação e no qual não acreditamos. Por clareza e consistência, não faz sentido que integrantes do nosso partido façam parte dessa gestão que está causando tanto mal ao Brasil”.
Os partidos também podem apoiar a proposta de anistia para os golpistas.
GLEISI
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da articulação política, afirmou que “respeita” a decisão da Federação formada por PP e União Brasil.
“Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair”, escreveu a ministra nas redes sociais.
“Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional”, prosseguiu.
“Isso vale para quem tem mandato e para quem não tem mandato, inclusive para aqueles que indicam pessoas para posições no governo, seja na administração direta, indireta ou regionais”, concluiu Gleisi.