
“Sinceramente, eu espero que, em algum momento, aconteça alguma coisa na cabeça do presidente Trump, e ele perceba: ‘Puxa vida, tem que negociar’”, afirmou o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (2), após participar, em São Paulo, dos funerais do jornalista Mino Carta, fundador da Carta Capital, que não há necessidade de temer sanções dos Estados Unidos por causa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). “Acho que as pessoas precisam aprender a respeitar. Cada um toma conta do seu terreno”, disse.
‘Sinceramente, eu espero que, em algum momento, aconteça alguma coisa na cabeça do presidente Trump, e ele perceba: ‘Puxa vida, tem que negociar’. Não só com o Brasil, mas com a China, a Índia, a Venezuela, com todo mundo’, continuou o presidente. “Porque o mundo de paz que nós queremos construir depende de nós, não de ninguém. Só depende de nós. E o Brasil faz parte de um continente reconhecido como zona de paz”, destacou o presidente.
Lula voltou a assinalar que o Brasil quer negociações e que as tratativas com os Estados Unidos estão sendo conduzidas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Segundo Lula, o presidente americano tem direito de estabelecer taxas, mas deve respeitar as regras multilaterais. O petista destacou o Brasil já recorreu à Organização Mundial de Comércio (OMC) por conta disso e acrescentou que aguarda uma mudança de postura de Trump.
O Brasil já tomou todas as providências para proteger as empresas e os empregos nos setores atingidos pela chantagem do governo americano. Linhas de crédito foram abertas, compras governamentais foram autorizadas e pagamentos de impostos foram adiados. O governo também já esta de posse de uma lei de reciprocidade aprovada por unanimidade no Congresso Nacional. Lula fez questão de dizer que não tem pressa em retaliar, porque ainda aposta nas negociações.
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do principal réu do julgamento do núcleo principal dos golpistas, está os Estados Unidos instigando o governo americano a radicalizar as sanções contra o Brasil. Ele abandonou o mandato e foi morar nos EUA para bajular Donald Trump e sabotar a economia brasileira. Ele foi um dos que mais comemorou a imposição por Trump das sobretaxas de 50% aos produtos brasileiros no mercado norte-americano. Ele brigou também para que ministros do STF fossem sancionados pela Casa Branca.