
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, por destruir provas em investigação sobre fraude em sentenças na Justiça de São Paulo.
Eduardo Tagliaferro passou a ser figura constante nas redes sociais bolsonaristas quando começou a disseminar mentiras e atacar o ministro Alexandre de Moraes, que é relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
Segundo UOL, a denúncia protocolada em agosto, o MP-SP aponta que Tagliaferro ajudou um juiz que comandava o esquema criminoso no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a destruir provas depois que começou a ser investigado por fraudar sentenças.
“Depois de tomar conhecimento dos fatos, Eduardo orientou Peter e Luís Augusto [juiz e servidor do TJSP também denunciados] a trocarem de smartphone, transmitindo os dados armazenados no antigo para um novo, procedimento que eliminaria as mensagens indesejadas, de modo a embaraçar as investigações, impedindo que, em caso de apreensão do novo dispositivo de armazenamento, os elementos de prova desfavoráveis fossem obtidos mediante extração realizada com técnicas de computação forense”, diz o MP-SP na denúncia.
O juiz Peter Eckschmiedt, da 2ª Vara Cível de Itapevi, é acusado de fraudar processos manipulando a distribuição de ações e tomar decisões sem fundamento legal. Os investigadores encontraram em sua casa R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo.
Peter, que está afastado, pegava para si processos que lhe interessavam e determinava o bloqueio de valores e contas bancárias. O dinheiro era sacado quando circulava em contas judiciais. Já foram identificadas fraudes em pelo menos três execuções judiciais.
Peter Eckschmiedt procurou seu amigo Eduardo Tagliaferro para destruir as provas.
Eduardo está ajudando Jair Bolsonaro e seus aliados também tentando atrapalhar o processo em que o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado.
Convocado por Flávio Bolsonaro, Tagliaferro falou na Comissão de Segurança Pública do Senado contra o ministro Alexandre de Moraes. Sem mostrar nenhuma prova, disse que o plano de Alexandre de Moraes é tornar inelegíveis as principais lideranças da direita e, em eleições futuras, ser candidato a presidente da República.
Tagliaferro trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral até 2023, quando foi exonerado por ter cometido violência doméstica. Durante discussão com a esposa e um amigo, o bolsonarista pegou sua arma e disparou, sem atingir ninguém.