
Presidente destacou papel das forças policiais que desbarataram o “andar de cima” do crime organizado, numa referência aos que operam no sistema financeiro com lavagem de dinheiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (9), que “não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania, somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções”.
A declaração foi dada durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, quando estava acompanhado dos ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública.
O presidente endereçou sua declaração às rotineiras ameaças e chantagens patrocinadas pelo governo de Donald Trump, dos EUA, contra a economia nacional, sob a justificativa de que a Suprema Corte brasileira, o STF, que é independente, está cometendo injustiça contra Jair Bolsonaro no julgamento em que ficou mais que provado seu papel de líder da trama golpista que atentou contra a democracia e os poderes republicanos.
No dia de ontem, a Casa Branca recrudesceu as ameaças, chegando a afirmar que os Estados Unidos não vacilarão em usar seu poder econômico e, até militar, para impor seus interesses sobre o Brasil – uma bravata reveladora do grau de apodrecimento moral e político a que chegou Trump e seu entorno.
Lula também comentou a recente operação da PF (Polícia Federal) em conjunto com a Receita Federal contra a presença do crime organizado na Faria Lima, região de São Paulo conhecida pela presença de fintechs e empresas da área econômica.
Segundo ele, é necessária uma ação “firme e decisiva contra o crime”, destacando que a autoridade policial “finalmente alcançou o andar de cima do crime organizado”, numa alusão indireta aos praticam delitos no sistema financeiro.
“Juntos, seremos mais fortes e eficazes, por isso, o crime organizado se prepare porque a justiça vai derrotá-los”, declarou Lula ao concluir o seu pronunciamento.
AÇÃO CONTRA O PCC NA FARIA LIMA MIROU LAVAGEM DE DINHEIRO
Em 28 de agosto, a PF deflagrou uma operação voltada ao combate à atuação do crime organizado, mais notadamente a facção PCC, na cadeia produtiva de combustíveis e a presença em fintechs localizadas na avenida Faria Lima, na zona oeste de São Paulo.
A operação Quasar teve como objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas.
A ação da PF mirou gestão fraudulenta de instituições financeiras após identificar um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.