
A embarcação venezuelana atacada por navios de guerra norte-americanos no Caribe, sob acusação de tráfico de drogas, estava retornando para a costa da Venezuela no momento em que foi atingido e não indo em direção aos Estados Unidos como inventou a Casa Branca
A notícia dos detalhes da agressão foi divulgada através de artigo do portal de notícias da Associated Press, citando jornalistas seus que teriam consultado fontes no governo dos EUA.
O relato oficial do governo estadunidense, sem apresentação de provas, é de que uma embarcação venezuelana que transportava 11 pessoas membros de uma gangue de traficantes, a “Tren de Aragua”, foi atacada com drones, explodindo o barco e massacrando todos os tripulantes. Ou seja, matando todas as testemunhas venezuelanas.
A manobra provocativa com evidente intenção de criar clima para uma ação intervencionista foi denuncida pelo governo e pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O deslocamento de mais de 4.000 marines às proximidades da costa venezuelana ocorre sob pretexto de “combate a um cartel de drogas” o qual teria como cabeça o presidente do país latino-americano é similar a outras agressões militares como a de “guerra ao terror” usada diversas vezes na agressão a países do Oriente Médio e, na Ásia Central, ao Afeganistão.
Agora, sob a condição de anonimato, oficiais americanos relataram para os jornalistas da AP que a embarcação venezuelana foi atacada somente depois de mudar de curso. Eles participaram de uma reunião fechada no Capitólio onde foi relatado o que aconteceu.
A revelação desmente a declaração do governo de Trump de que o ataque se dá em meio ao combate ao tráfico de drogas, com o barco seguindo em direção aos EUA.
Senadores americanos de ambos os partidos, Democratas e Republicanos, estão contestando a versão do governo de Donald Trump e estão questionando a legalidade do ataque.
“Nossas forças armadas não são agências de aplicação da lei,” disse o senador democrata, Jack Reed. “Eles não têm o poder de caçar suspeitos de crimes e assassiná-los sem julgamento.”
O senador disse que a Casa Branca não forneceu “nenhuma prova de que esta embarcação estava envolvida em um ataque, ou mesmo que estava envolvida no tráfico de drogas naquele momento”.
“Não há nenhuma identificação positiva de que o barco era venezuelano, nem que sua tripulação era membro do Tren de Aragua ou de qualquer outro cartel”, acrescenta o parlamentar.
BARCO DE PESCADORES É DETIDO POR NAVIO DE GUERRA DOS EUA
Neste sábado, o governo da Venezuela criticou governo americano pela apreensão que durou oito horas de um navio de pesca. De acordo com o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yvan Gil, na sexta-feira, o barco com nove pescadores de atum foi detido pelo destróier USS Jason Dunham.
“O navio de guerra enviou 18 agentes armados que abordaram e ocuparam o pequeno e inofensivo barco por oito horas,” disse. Ele chamou a ação de “provocação direta por meio do uso ilegal de meios militares excessivos”.
O ministro acusou os americanos de “estarem procurando um incidente para justificar a escalada da guerra no Caribe, com o objetivo de mudança de regime” contra a Venezuela.