
Número de empregados com carteira atinge 39,1 milhões de brasileiros. Na informalidade estão 38,8 milhões de pessoas
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em julho, o que corresponde a uma queda de -1,0 ponto percentual (p.p.) na comparação com trimestre móvel de fevereiro a abril (6,6%), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período do ano passado, era de 6,9%. Esse é o menor nível da série histórica da pesquisa, com início em 2012.
No trimestre, ao todo, haviam 6,118 milhões de pessoas em busca de emprego, sem encontrar – o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,100 milhões). O resultado representa um recuo de 14,2% ante ao trimestre anterior e de 16% frente ao mesmo trimestre de 2024.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho, que considera, além do percentual de pessoas desalentadas (2,7 milhões), os desempregados (6,118 milhões), subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (4,6 milhões), entre outros, ficou em 14,1%, sendo a mais baixa da série. Já a soma da população subutilizada foi estimada em 16,1 milhões de pessoas, queda de -8,8% (menos 1,6 milhão) no trimestre e recuo de -12,4% (menos 2,3 milhões) no ano.
O baixo nível de desocupação no país foi puxado pelo avanço da população ocupada, que chegou ao pico máximo de 102,4 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho, alavancado pelos crescimentos no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39,1 milhões de pessoas – recorde da série; do setor público, com 12,9 milhões – renovando recorde; e do contingente de trabalhadores por conta própria, com 25,9 milhões – também recorde.
Agropecuária, Informação e Administração pública puxaram aumento do emprego
Na base contra o trimestre móvel anterior, o aumento no número de trabalhadores se deu pelo aumento de três grupamentos: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (cresceu de 2,7%, ou mais 206 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,0%, ou mais 260 mil) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,8%, ou mais 522 mil).
Já em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve aumento em cinco grupamentos, com destaques para Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+677 mil); Indústria (+580 mil); Serviços de informação, comunicação, finanças e administração (+480 mil); Comércio (+398 mil) e Transporte e correio (+360 mil).
Número de trabalhadores informais cresce: 38,8 milhões
Desta forma, o número de trabalhadores no setor privado chegou a 52,6 milhões de pessoas (recorde da série) no trimestre encerrado em julho. Em contraste, ao todo, foram constatados no mesmo período 38,8 milhões de trabalhadores informais – na sua grande maioria brasileiros que vivem dos chamados “bicos”, com jornadas de trabalho exaustivas e remunerações miseráveis. Sendo um aumento em relação tanto ao trimestre anterior (38,5 milhões) como para o trimestre encerrado em julho de 2024 (38,7 milhões).
Apesar disso, no trimestre a taxa de informalidade ficou em 37,8% da população ocupada, o que corresponde a um recuo na comparação com o trimestre anterior (38,0 %) e também contra o trimestre encerrado em julho de 2024 (38,7%).
Conforme a Pnad Contínua, ainda, o rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu o maior valor da série histórica, ao ficar em R$ 3.484, crescendo 1,3% ante ao trimestre anterior e 3,8% em relação ao mesmo período de 2024.
Já a massa de rendimentos (a soma dos valores recebidos por todos os trabalhadores) atingiu R$ 352,3 bilhões – máxima histórica da série. O montante representa uma alta de 2,5% no trimestre e aumento de 6,4% na base anual.