
Aprovado por 14 dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, o projeto foi barrado pela segunda vez em menos de três meses devido ao aval de Trump à matança de Netanyahu
O governo dos Estados Unidos vetou na quinta-feira (18) um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por um cessar-fogo “imediato, incondicional e permanente” na Faixa de Gaza.
O documento também iexige de Israel a suspensão de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária no território palestino ocupado e garantir a distribuição de itens básicos sem qualquer impedimento à população civil. Conforme as organizações de direitos humanos, são milhares de caminhões que se encontram na fronteira com o Egito impedidos de chegar com alimentos, medicamentos e próteses.
Aprovado por 14 dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, o projeto foi barrado pela segunda vez em menos de três meses e pela sexta vez desde o início da invasão israelense em outubro de 2023.
O veto se traduz em aval de Trump à matança, que fala em transformar um cemitério, o qual geram em Gaza, em uma “Riviera”, um “grande impreendimento imobiliário sobre cadáveres”.
As forças de extermínio de Netanyahu, desde 7 de outubro de 2023, já tiraram a vida de mais de 65 mil palestinos e deixou outros 160 mil feridos, milhares deles crianças mutiladas.
Seguindo os passos de Hitler, as tropas sionistas avançam neste momento para o interior da Cidade de Gaza, destruindo bairros inteiros e forçando centenas de milhares de palestinos a usarem estradas costeiras para tentar escapar com vida. Crianças desnutridas e pacientes em estado crítico fogem desesperadas, enquanto recebem ordens militares israelenses de caminhar para o sul, onde são erguidos campos de concentração.
Não é por acaso que o ministro do Extermínio, Israel Katz, declarou, nas primeiras horas da invasão com colunas de tanques sobre a cidade palestina que “Gaza está em chamas”, parafraseando Hitler, que declarou “Paris está em chamas”, quando da invasão nazista à França.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os hospitais bombardeados ou devastados pela falta de equipamento ou medicamento encontram-se à beira do colapso, com uma grande quantidade de médicos e enfermeiros mortos pela agressão.
“ESTAMOS CAMINHANDO HÁ QUATRO DIAS, SEM ABRIGO E SEM NADA”
“Jogaram panfletos e nos mandaram embora. Agora, não tenho para onde ir. Não tenho barraca nem nada. Como vocês podem ver, estamos caminhando há quatro dias. Agora estamos nas ruas. Sem barraca, sem abrigo, nada. Peço a todas as partes envolvidas que nos apoiem, que nos ajudem. Estamos cansados. Estamos muito cansados”, declarou Zahar Kafarna, uma das mães palestinas deslocadas.
Em meio à Assembleia Geral da ONU, será realizada na próxima semana uma conferência sobre a resolução do conflito no Oriente Médio e as perspectivas de reconhecimento do Estado da Palestina, à qual os EUA já anunciaram que não vão comparecer. O encontro será presidido pela França e a Arábia Saudita.
Com o cancelamento do visto do presidente palestino, Mahmud Abbas, a ONU já aprovou que ele se dirigirá ao plenário da Assembleia-Geral por link e telão.
Para o representante do movimento Fatah, Jamal Nazzal, a negativa dos EUA só demonstra seu isolamento, mas não é surpresa, uma vez que o país nunca foi considerado um mediador “imparcial nessa questão” devido aos laços históricos que mantém com o colonialismo sionista, o apartheid e o exacerbamento do genocídio com armas norte-americanas..
“O número de países que reconhecem a Palestina continuará crescendo, mas esse não é o único critério relevante para o sucesso da conferência. A principal importância política do evento está na reinserção da questão palestina na agenda internacional por meio de uma solução política”, assinalou Nazzal.
Estampando a concepção nazista do empreendimento, o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, chamou a Faixa de Gaza de “mina de ouro imobiliária” e assegurou que “há um plano de negócios [para o território palestino] na mesa do presidente Trump”. “Concluímos a fase de demolição. Agora temos que construir”, perorou o usurpador.