
Primeiro-ministro Pedro Sánchez confirmou que “consolidaria em lei” a proibição de compras ou vendas de armas para deter o “ataque injustificável” dos sionistas contra a população civil palestina
A Espanha expressou sua posição contra o governo de Benjamin Netanyhau pelo genocídio praticado em Gaza e anunciou o cancelamento de dois contratos com empresas israelenses, totalizando cerca de US$ 1,18 bilhão. A decisão ocorre apenas uma semana após o primeiro-ministro determinar a implementação de nove ações imediatas para conter o “ataque injustificável” de Israel contra a população civil palestina.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou um conjunto de medidas que incluem a proibição de entrada de “todas as pessoas que participaram diretamente do genocídio, da violação dos direitos humanos e dos crimes de guerra na Faixa de Gaza”. De forma categórica, o dirigente expressou que estamos vivendo “um dos episódios mais sombrios das relações internacionais no século XXI”. A partir de agora, frisou, se estabelecerá “uma proibição legal e permanente à compra e venda de armas, munições e equipamentos militares para Israel”.
Neste sentido, Sánchez expressou “profunda admiração” pelos milhares de manifestantes que forçaram a interrupção da etapa final da Volta à Espanha, uma das maiores corridas de ciclismo do mundo, ocorrida no último domingo. Na sua avaliação, foi uma resposta em defesa da justiça, dos direitos humanos e da paz.
Fortalecendo a política do não à matança, o Ministério da Defesa espanhol anulou oficialmente os contratos para a aquisição de lança-foguetes de alta mobilidade Silam e do sistema de mísseis antitanque Spike L.R., ambos destinados ao seu exército, ambos da Elbit Systems, projetados por Israel. Medidas adicionais incluem um embargo a bens produzidos em assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados.
Desde novembro de 2023, a Espanha suspendeu as licenças de exportação de armas para Israel, demonstrando a preocupação de que tais vendas contribuiriam diretamente para violações do direito internacional humanitário em Gaza.
A Espanha também pressionou a União Europeia (UE) a reconsiderar o Acordo de Associação UE-Israel, alertando que as ações do governo sionista em Gaza representam uma agressão à cláusula de direitos humanos do acordo.
A posição espanhola ainda se reveste de maior importância pois se dá às vésperas da Assembleia Geral da ONU que tratará de forma específica da discussão em torno do fim da ocupação e do genocídio que Israel comete sobre o povo palestino