Portuários europeus estão se organizando para bloquear envios de armamento para Israel e dar proteção à Flotilha Global Sumud que leva mantimentos aos palestinos sob cerco
Os portuários estão reunidos em Gênova na Itália, nesta sexta-feira e sábado, coordenando a oposição ao genocídio de palestinos em Gaza.
Em reunião organizada pela central sindical italiana, Unione Sindacale di Base (USB), os representantes da Espanha, França, Grécia, Chipre, Marrocos e da Alemanha se fizeram presentes, de acordo com o site de notícias Politico. Eles defendem interromper completamente o fluxo de armas e munições para Israel.
“Esperamos sair desta reunião com um plano de ação sério e concreto, tanto de imediato quanto de longo prazo,” disse Francesco Staccioli, da USB.
Um dos assuntos abordados é o apoio dado por eles para a Flotilha Global Sumud, que está a caminho de Gaza para romper o cerco israelense e levar ajuda humanitária para os palestinos. Recentemente o comboio de mais de 50 barcos foi alvo de ataques com drones em águas gregas.
Na semana passada, as centrais sindicais italianas realizaram uma greve geral pelo fim do genocídio em Gaza. Somente em Roma, mais de 100.000 pessoas protestaram em repúdio ao que os israelenses estão fazendo contra o povo palestino. A USB já avisou que caso perdessem o contato com a flotilha, todos os embarques para Israel seriam bloqueados.
“Olhando para o futuro, isso pode significar uma ação industrial coordenada nos portos europeus não apenas contra armas, mas contra todos os bens direcionados a Israel”, disse Staccioli ao Politico.
“O que começou como um plano para uma frente comum no outono, para aumentar a pressão e interromper a carga e descarga de armas nos portos europeus, foi reformulado por eventos recentes,” disse.
“A flotilha mudou o jogo”, disse. “Isso ampliou o debate e colocou Gaza na frente e no centro, exigindo uma intervenção forte e imediata”.
Staccioli explicou que inicialmente era uma campanha com os estivadores do Mediterrâneo para tornar os portos zonas “livres de armas” mas, recentemente, as iniciativas de interromper o fluxo de armas para Israel nos portos de Pireu, na Grécia, Marselha, na França, e em Gênova estimuloaram os sindicalistas a continuar protestando.